29 de julho de 2010

Them Crooked Vultures - Them Crooked Vultures(2009)

Por: Lucas Abreu

Junte Dave Grohl, Josh Homme e John Paul Jones na mesma receita que estará formado mais um super-grupo de primeira. O grande mentor do Queens Of The Stone Age não decepciona na guitarra, o lendário baixista do Led Zeppelin muito menos e não há o que comentar de Dave Grohl que continua nos dando mostras de seu enorme talento musical de maneiras cada vez mais surpreendentes. Grupo formado em agosto de 2009 fizeram o seu primeiro show no metrô de Chicago! A partir daí lançaram o single "New Fang" que teve uma ampla margem de vendas.
Depois desse breve apanhado vamos ao álbum em si. A faixa de abertura, "No One Loves Me & Neither Do I", tem a sua construção baseada em três moldes distintos, destaque para o riff de Josh Homme que dá à música o que ela precisa para continuar pulsando. Algumas músicas me lembraram um pouco o Zeppelin a "Mind Eraser, No Chaser" foi uma delas. Em que Josh usa acordes em harmônicos(particularmente me lembrei da fase "Presence" do LZ) e com guitarra , baixo e bateria mesclando o esmo tipo de condução rítmica e melódica. Depois dela voltamos à "New Fang", o que eu mais achei legal foi como Grohl conseguiu fazer uma sincronização tão prefeita com o riff da guitarra! Há logo no começo da música uma temática em que Jones e Josh usam intervalos de meio-tom na construção da temática de forma muito interessante, sem dúvidas essa se tornou uma das minhas preferidas deste álbum!
A próxima é "Elephants" que surpreende logo na abertura, três velocidades diferentes de andamento, trazendo uma dúvida ao ouvinte sobre qual caminho a música irá trilhar. Josh faz vocais seguindo uma idéia complexa e totalmente desvinculada da estrutura harmônica da guitarra e do baixo. O refrão inevitavelmente me trouxe o ZP à mente novamente, por conta dos backing vocals e contracantos, mas apesar disso de forma contemporânea.
Em "Scumbag Blues" ocorre novamente, a linha de condução melódica se encontra separada do motivo principal com a voz de Homme. "Reptiles" tem uma lírica linda e seu refrão é construído com acordes tocados em dissonância para serem resolvidos no chorus. "Caligulove" tem elementos da música oriental, mas o refrão tratou de me lembrar que a banda é americana!
A dançante "Gunman" vem com alguns elementos da dance music com hard rock de forma agradável. O cd encerra com a "Spinning In Daffodils" que tem um tema de piano logo no começo que me trouxe boas lembranças do Queens Of The Stone Age :D . Em suma, o álbum faz jus ao título de super-grupo. E me deixou com vontade de escutar mais músicas desses caras!! Segue vídeo de "New Fang"! Enjoy!

27 de julho de 2010

Cinema - Dentes Caninos

Por: Lucas Sá

Filme grego que traz como foco a força das mídias e influências externas da sociedade, algo como a interferência do meio nas ações racionais. O diretor Yorgos Lanthimos fez algo já visto no cinema, mas sem dúvidas "Dentes Caninos" ultrapassa filmes já feitos com esse mesmo tema, o isolamento. Prova disso foi o merecido prêmio conquistado em Cannes na mostra "Un Certain Regard" ( Um Certo Olhar ) em 2009.

Um casal isolam seus 3 filhos em uma casa para que não tenham contato com o meio externo... a civilização.
A sinopse pode se resumir a isso, mas não é só isso, esse foi o fator que mais me agradou, eu enxergava o filme antes de ver como algo sólido e não imaginava nada do que Lanthimos conseguiu criar. A atmosfera do filme remete sempre ao vazio e ao silêncio, algo bem próximo do estilo de filmagem de Michael Haneke ( A Fita Branca e Violência Gratuita ), com essa forma de filmar ele conseguiu mostrar a falta de motivação de idéias que os 3 filhos do casal tem. Devido a essa "falta" de informações os irmãos acabam inventando brincadeiras imbecis para preencher esse vazio... Como colocar os dedos na água quente para ver quem fica mais tempo, e com isso eles vão ganhando pontos para escolher a "surpresa" da noite no jantar.

O cuidado que os pais tem para que eles não se corrompam é tamanha que eles inventam inúmeras mentiras para os filhos de 25 anos. "Não saiam da casa, pois lá tem monstros terríveis", além das mentiras eles trocam os significados de palavras importantes ou que remetem a algo violento. Acabam se tornando crianças em corpos de adultos.

O longa possui cenas muito fortes no quesito violência física e sexual. Para saciar a necessidade do filho o pai traz de sua empresa uma guarda da portaria para satisfaze-lo semanalmente, sendo seu trabalho remunerado. Isso reflete o medo da sociedade da própria sociedade, tudo o que ela cria de certa forma afeta os receptores destas informações.

O filme acaba questionando se está proteção é correta ou não, pois vemos que esses 3 personagens estão ficando cada vez mais degradados e retardados devido esse enclausuramento obrigatório, e que se estes entrarem em contato com algo do exterior ocorrerá um colapso nervoso. Esse "colapso" pode ser visto na cena em que a duas irmã dançam no jantar para seus pais, elas dançam de forma estranha seguindo os passos de "Flashdance" (filme que elas por acaso conseguem a fita) que se torna logo em seguida algo epilético.
Essa é uma das melhores cenas de dança do cinema!


13 de julho de 2010

Cinema - Colin (2008)

Por: Lucas Sá

Como um filme de 97 minutos pode ser feito com apenas R$ 150 ?
O Marc Price sabe! Colin é um filme de zombie amador filmado com câmeras caseiras e que conquistou um espaço enorme nos festivais mais importantes do globo, digo Cannes. Price em entrevistas diz que nem imaginava a repercussão que o longa atingiria.

O roteiro do filme é bem original, porque como de costume os filmes de zombies nunca estão do lado dos monstros fedorentos e sim dos mocinhos cheirosos e "hidratados", já em "Colin" é diferente, nós somos guiados por Colin durante o filme, logo é um filme de zombie na visão de um zombie. O longa conta ainda com cenas bem boladas, como a de uma placa de trânsito em que Colin olha para ela e sentimos que ele está pensando em algo... A cena chega a ser até de um simbolismo pensante.

A forma como o diretor consegue "driblar" a falta de recursos é um ponto forte do filme. Ele usa muitas técnicas de câmera dos filmes dos anos 70 e 80. Disse que para conseguir esse resultado simplesmente assistia aos extras dos filmes de terror que tem em sua prateleira, onde os diretores e produtores falam sobre o processo de fazer o filme (dicas de efeitos, edição, direção, produção...). Como exemplo da criatividade de Price eu vou citar uma das cenas em que ele utiliza esse "drible" : Colin está passando em frente a uma casa, de uma janela um homem sai gritando com várias mãos tentando pega-lo, ele consegue sair, mas as mãos o puxam de volta. Entretanto dessa vez a sua coluna é quebrada pelas mãos que o puxam... e vemos suas pernas e tronco se retorcerem em um ângulo de 180°.
Interessante, não?

Um defeito de Colin é que em algumas cenas a câmera é colocada muito próxima da ação, o que dificulta o raciocínio de algumas cenas, mas isso é consequência da falta de capital e de profissionais da área. Marc Price escreve, dirige, produz, edita... Ele praticamente fez todo o trabalho do longa, e com certeza deve ter sido difícil para ele (eu sei bem como é essa história de fazer tudo). Para os zombies e personagens ele chamou amigos, parentes e convocou pessoas pelo Facebook. O resultado é um filme amador que supera inúmeros filmes de zombies já realizados!

Marc Price esteve aqui no Brasil ano passado, sendo o convidado especial do Festival Curta Fantástico (CineFantasy). Após a exibição do seu filme ocorreu uma palestra com o próprio.
Pena que eu não moro em São Paulo!

P.S: Ele afirma ainda que o filme só custou esse preço porque no final das filmagems ele comprou chá e biscoito para os atores! Será ?

12 de julho de 2010

Música - Repo! The Genetic Opera(2008)


Por: Lucas Abreu

Há umas duas semanas atrás eu fui na casa de Lucas Sá pegar uns filmes e ele me passou este musical. Falou pra eu dar uma olhada, que era até legal. Beleza, um musical rock-ópera-horror...assisti o filme e apesar de não ter gostado de uma ou duas músicas acabei gostando da trilha sonora no final das contas. Uma coisa interessante é que se trata REALMENTE de um musical! Diferente do que ocorre no já resenhado Across The Universe, em que há passagens normais em que os personagens dialogam normalmente.
Em "Repo!" todas as falas são músicas a partir daí o filme já me ganhou hahahaha. O filme conta com participações de quilate: Como Sarah Brightman, que empresta sua voz à música "Chromaggia" e Terrance Zdunich, que consegue alcançar notas incríveis com a sua voz da forma mais natural possível(um monstro!). Apesar de cantar uns dois temas, até que a Paris Hilton não comprometeu tanto o filme(ainda bem!). Mas há músicas que dão muita, mas muita vontade mesmo de passar batido no WMP como a "Seventeen" cantada por Alexa Vega, sem dúvida essa música ganha o título de mais chata disparado! Aí vai o track list do cd:

#Repo! the Genetic Opera - Soundtrack (2008)

Music composed by Darren Smith & Terrance Zdunich

1. “At the Opera Tonight” – Alexa Vega, Sarah Brightman, Anthony Head, Paris Hilton, Terrance Zdunich, Paul Sorvino, Bill Moseley, Nivek Ogre
2. “Crucifixus” – Sarah Brightman
3. "Things You See In A Graveyard (Part Two)" – Paul Sorvino
4. “Infected” – Alexa Vega
5. “Legal Assassin” – Anthony Head
6. “Bravi!” – Sarah Brightman, Paul Sorvino, Paris Hilton, Bill Moseley, Nivek Ogre
7. “21st Century Cure” – Alexa Vega & Terrance Zdunich
8.“Mark It Up” – Paris Hilton, Bill Moseley, Nivek Ogre
9. “Can't Get It Up If The Girl's Breathing?” – Paris Hilton & Terrance Zdunich
10. “Zydrate Anatomy” – Terrance Zdunich, Alexa Vega, Paris Hilton
11.“Thankless Job” – Anthony Head
12.“Chase The Morning” – Sarah Brightman, Alexa Vega, Nancy Long
13.“Night Surgeon” – Anthony Head, Paul Sorvino, Bill Moseley, Nivek Ogre
14.“Seventeen” – Alexa Vega
15.“Gold” – Paul Sorvino
16.“We Started This Op'ra Shit!” – Darren Smith, Bill Moseley, Nivek Ogre, Poe, Paul Sorvino
17.“Needle Through A Bug” – Alexa Vega & Terrance Zdunich
18.“Chromaggia” – Sarah Brightman
19.“Let the Monster Rise” – Anthony Head & Alexa Vega
20.“I Didn't Know I'd Love You So Much” – Anthony Head & Alexa Vega
21.“Genetic Emancipation” – Alexa Vega
22.“Genetic Repo Man” – Terrance Zdunich

Ah, uma curiosidade que eu pesquisando acabei achando por acaso na net. Três músicas foram consideradas para serem indicadas ao Oscar de Melhor Canção e seu concorrente mais próximo foi o filme High School Musical 3: Senior Year que teve 11 canções consideradas. Nenhum dos dois filmes receberam indicações ao Oscar apesar disso. As 3 músicas consideradas foram: "Chromaggia", " Zydrate Anatomy" e "Chase The Morning". Acho que "Chromaggia" merecia ter sido indicada sim...injustiças à parte, ficamos por aqui.


10 de julho de 2010

Trilha - Um Beijo Roubado

Por: Lucas Sá

Wong Kar Wai é um dos diretores atuais mais queridos pelo público e uma das coisas que ele sabe fazer de melhor é a escolha das trilhas sonoras para seus filmes (e cenas em câmera lenta), as músicas que são executadas em "Um Beijo Roubado" ( My Blueberry Nights) dão um tom nostálgico às cenas, apartir delas o diretor passa os sentimentos dos personagens.

A trilha sonora neste caso salva o filme em vários momentos... ou melhor, ele dá uma "ajudinha" na atuação da iniciante cantora/atriz Norah Jones que foi convidada pelo diretor para protagonizar o longa. Norah é uma cantora de jazz que eu admiro muito, sua voz é suave e ela a empresta para uma das canções do filme, a bela "The Story", se tornando o tema principal da personagem Elizabeth (Norah Jones).
Norah Jones - The Story


Outra Música arrastada e melancólica é "The Greatest" interpretada pela cantora Cat Power, que além de participar da trilha atua em uma pequena cena ao lado de Jude Law sendo sua ex-namorada (interessante a cena até), ela integra outra canção que é "Living Proof".
Cat Power - The Greatest


Entre todas, a que se destaca mais é "Try a Little Tenderness" do cantor de soul Otis Redding. A música é tema do bar onde Elizabeth trabalha durante algum tempo em uma cidade pequena no interior dos EUA, lá ela presencia um conflito amoroso entre Sue Lynne (Rachel Weisz) e Arnie (David Strathirn). A música carrega todo o ódio desse relacionamento e toca exaustivamente no bar, a voz de Otis segue em um ritmo que só ele sabe fazer; já escutei vários covers dessa canção e nenhum consegue transpor a emoção que ela passa na versão original.
Otis Redding - Try a Little Tenderness


Wong Kar Wai adora colocar em suas trilhas músicas famosas de outros países, como em "Amores Expressos" onde ele utiliza a música "California Dreamers" da banda Norte americana The Mamas and The Papas. Em "Amor á Flor da Pele" ele incorpora na película a canção espanhola "Quizás, Quizás, Quizás" e no "Felizes Juntos" ele usa Caetano Veloso com a famosa "Cucurrucucu Paloma". As duas últimas músicas citadas tocam também em dois filmes do Pedro Almodóvar , "Má Educação" e "Fale com Ela", coincidência NÃO ?

8 de julho de 2010

Cinema - Extermínio(28 days later - 2002)

Por: Lucas Abreu

Dessa vez eu e Lucas Sá iremos trocar nossas funções rapidamente e vamos ver no que vai dar ahahahahaha! Então mãos à obra! Esse filme acabei assistindo por acaso em uma "reunião" escolar com alguns colegas que tremiam mais que vara verde com medo do filme. E foi uma das "reuniões" mais produtivas para mim no caso. Porque eu simplesmente adorei o filme!
Com certeza um dos melhores, senão o melhor, filme de zumbis que eu já vi na minha pacata vida. Pela primeira vez as coisas faziam mais sentido. Por exemplo, zumbis maratonistas que correm mais que o Hussein Bolt, porém os "zombies" não eram defuntos como nos filmes de Mr. Romero. O que dá um tom, digamos, mais "real" ao filme. O diretor Danny Boyle que já havia feito outros filmes incríveis como "Transpotting" (que também é muito foda) sem dúvida se superou não nos dando mais do mesmo, como normalmente acontecem nesses filmes pós apocalípticos de zumbis, mas nos presenteando com algo totalmente novo e criativo.
Uma das coisas que eu achei mais interessante, e que eu sempre presto atenção na maioria dos filmes que eu vejo, foi a fotografia e o modo como foi filmado o filme. A fotografia se encaixa perfeitamente com o modo de filmagem dando aquele certo "desleixo" digno da maioria dos curtas que eu vejo pela net. A câmera tremida, a imagem fora de foco às vezes....perfeito, perfeito. Cillian Murphy (Sim! O espantalho do Batman Begins) consegue fazer um trabalho convincente, porém é interessante analisar como ele muda sua posição de protagonista para antagonista em determinadas situações do filme.
Depois de um tempo é esperado que o longa perca o fôlego do início, eu particularmente pensei isso da primeira vez. Porém Boyle consegue resgata-lo dando à ele mais personagens e ação! Prendendo a atenção do espectador de modo surpreendente. Outra coisa interessante foi como Boyle conseguiu colocar uma dúvida na cabeça do espectador logo perto do final do filme, tendo aquela hora em que eu cheguei a pensar: E agora??! Fudeu cara!
Sem dúvida um filme incrível e que vale à pena ser assistido e reassistido várias vezes. Resumindo: História óriginal, atores que fazem a sua parte, direção impecável e um bom gosto invejável por parte da direção também. Só posso falar uma coisa sobre esse filme: 5 estrelas.




Cinema - Martyrs (2008)

Por: Lucas Sá

Acabei de ver esse filme e tenho certeza que já é um clássico do cinema, não só dos filmes de terror mas de modo em geral. Ele tem o que eu acho de maior importância no cinema; levar o estado do espectador a um outro nível, ou seja, uma interferência no sentimento e no psicilógico. Algo que consiga atingir isso já pode ser considerado plausível, afinal esse é o objetivo da arte.

Não quero entrar em detalhes sobre o roteiro (que é muito bom), estou escrevendo sobre o filme como uma dica e não como crítica ou análise.

Martyrs é um filme francês de 2008 do diretor Pascal Laugier (ele dirigiu o filme "House of Voices" aqui lançado em DVD com o nome de "A Profecia dos anjos" ) Ele dirige e escreve o filme de forma que nos conduz a um filme dividido em etapas, e em cada etapa nos transmite um "sentimento" diferente. A cada momento evolui como uma forma de metamorfose, sendo que de larva ele se transforma em casulo e no fim em borboleta, e é no estado de borboleta que percebemos o todo do filme, a sua magnitude.

As imagens são tão poderosas que conseguimos encontrar a beleza na feiura, e de certa forma isso acaba emocionando (e muito) a quem vê. O filme ainda conta com a ajuda do diretor Karim Hussain (diretor de "Subconscious Cruelty") , logo já se percebe o grau de violência e experimentação que o filme tem. O que mais me deixou feliz no filme foi o cuidado de fazer com que se sinta o personagem, não de forma passiva como na maioria das películas de terror mas sim de forma emocional/real e até pessoal. No final das contas o filme trata sobre a crise existencial com relação a morte, e os olhos...

Quando o filme acabou eu imediatamente pensei : " Esse era um filme que o Richard Kelly gostaria de ter feito, e eu também ''.

6 de julho de 2010

Cinema - Europa (1991)

Por: Lucas Sá

"Europa" é o terceiro filme do diretor dinamarquês Lars Von Trier, foi com ele que seu nome praticamente se instalou como parasita na língua dos cinéfilos. O filme ganhou o prêmio do Júri no festival de Cannes e Melhor filme no Festival de Sitges. Ao contrário de seus futuros filmes que implementavam total desapego às técnicas de filmagem e efeitos este é o que mais se utiliza das mesmas.

O jovem americano Leopold Kessler vai para a Alemenha no ano de 1945, logo no fim da II guerra, lá ele reencontra o seu tio e passa a trabalha na empresa de trens Zentropa. Nesse meio ele passa a vivenciar em uma Alemanha destruída e ainda com resistências nazistas, como os grupos terroristas chamados de "Lobisomens" com quem ele acaba se envolvendo inconscientemente.

O telespectador é convidado a adentrar no mundo da "Europa" pós II guerra. Logo no início da película um narrador nos conduz por trilhos de trens em movimento em uma contagem de 1 a 10 em uma tentativa de nos hipnotizar com suas palavras. Isso ocorre em vários momentos, e assim ele vai nos conduz para uma "Europa" arrasada e angustiada, esse sentimento nos é passado pela fotografia em preto e branco. Trier utiliza a interação do preto/branco com as cores em algumas cenas implementando um efeito de contraste com a realidade que os personagens estão inseridos. Uma cena em particular em que o dono da Zentropa se mata com uma navalha em uma banheira é o melhor exemplo dessa técnica.

Os detalhes de cena do filme são de impressionar. Essa característica foi sendo deixada de lado por Lars Von Trier criando assim o movimento Dogma 95, onde os realizadores adeptos não poderiam usar iluminação artificial, câmera conduzida por equipamentos, entre outras regras. Os seus filmes "Os idiotas" e "Dançando no escuro" são introduzidos nas regras do Dogma 95, que em suas primeiras cenas já podemos perceber as diferenças na utilização de equipamentos para deixar o filme "Bonito" aos olhos.

"Europa" foi relançado recentemente pela produtora de dvds Platina Filmes, agradeço por terem lançado esse ótimo filme depois de tantos anos...

" Sabe, dizem que o lobisomem só é lobisomem à noite.
A luz do dia é um ser humano"

Música - Iced Earth - Horror Show(2001)

Por: LucasAbreu

Estava escutando umas músicas hoje e me lembrei deste álbum, que foi o primeiro do IE que escutei. Me lembro que quando acabei a audição do cd eu havia ficado totalmente impressionado com a qualidade e originalidade dos riffs de Mr. Schaffer. Mas sim, mais um álbum de heavy metal Lucas?? Por quê? Ah, esse daqui como o próprio nome sugere dá uma pista do motivo pelo qual eu optei dissertar sobre ele.

"Horror Show" é um álbum que é inspirado em filmes de terror e livros/histórias (como a de Jack, o estripador), o que o torna muito acerca da proposta do blog. Ao decorrer do álbum a dupla dinâmica Schaffer-Barlow apresenta composições muito interessantes. A primeira faixa do álbum "Wolf" é baseada no filme "The Wolfman(1941)" que ganhou um remake não faz muito tempo. Mas o legal é que eles pegaram partes dos filmes e encaixaram perfeitamente na letra isso acontece na já citada "Wolf"durante o refrão:

(Chorus)
Even a man who's pure
And says his prayers by night
(He won't hear your prayers)
Man become a wolf
When the wolf bane blooms,
And the autumn moon is bright
(There's a full moon tonight)
Man may become a wolf.

Outra faixa muito interessante é a "Jekyll & Hyde". Pois no decorrer da música acontece um diálogo (sim, é isso mesmo!) entre os personagens, de forma incrível, dando a música o clima agônico necessário presente na letra. "Dracula" e Frankstein" também são composições muito boas juntamente com a super rápida "Jack". "Im-Ho-Tep" foi outra música que gostei muito, o riff que a guitarra faz é muito bom, dando aquele aspecto "Egito Antigo" à música. A seguir o track list completo e detalhado do "Horror Show" de forma detalhada com o filme ou história que serviram de inspiração para Schaffer e Barlow:
#Track List

1. "Wolf" (inspirada no filme The Wolf Man) Jon Schaffer 5:20
2. "Damien" (inspirada na série de filmes The Omen) Schaffer 9:12
3. "Jack" (inspirada em Jack o Estripador) Matthew Barlow 4:14
4. "Ghost of Freedom" (inspirada no filme O Patriota) Barlow, Schaffer 5:12
5. "Im-Ho-Tep (Pharaoh's Curse)" (inspirada no filme A Múmia) Barlow 4:45
6. "Jekyll & Hyde" (insp. no livro The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde) Barlow
4:39
7. "Dragon's Child" (inspirada no filme Creature from the Black Lagoon) Barlow 4:21
8. "Transylvania" (Iron Maiden cover) (instrumental) 4:30
9. "Frankenstein" (inspirada no livro Frankenstein) Schaffer 3:50
10. "Dracula" (inspirada no livro Dracula) Schaffer 5:54
11. "The Phantom Opera Ghost" (inspirada na novela O Fantasma da Ópera) Schaffer 8:41


Em suma, esse álbum ainda continua sendo um dos meus preferidos. Até porque conta com a participação do super baixista Steve DiGiorgio pilotando os graves da banda. Apresenta momentos de peso e momentos mais cadenciados como ocorre em "Dracula". Então podem escutar sem medo, recomendo principalmente à quem gosta de filmes de terror e experimentalismo musical. A seguir os vídeos das duas que mais chamaram a minha atenção, "Wolf" ao vivo e "Jekyll & Hyde" somente a música. Até a próxima!


5 de julho de 2010

Cinema - O Homem de Palha

Por: Lucas Sá

O Homem de Palha ao meu ver é um dos melhores filmes já feitos desde o início da invenção do cinematógrafo. O filme é uma mixagem de Horror, Romantismo, Erotismo e Musical! (isso MUSICAL! ) que funciona do princípio ao fim.

Agora eu vou contar a minha historinha com o filme. Como de costume, quase todo santo dia eu ia na locadora de minha amiga (Thays Andrade) comprar filmes, eles vendiam filmes originais por 5 ou 3 reais (impressionante né ?) Eu sempre ficava de lá pra cá olhando os dvds nas prateleiras para escolher um para eu comprar. O dinheiro era (e continua sendo) sempre sofrido para conseguir comprar esses filmes, eu saía vasculhando a casa inteira juntando moedas de 10, 25, 50 centavos até conseguir pelo menos uns 3 reais. Enfim, nesse dia eu não estava só, eu estava com...minha mãe! "A Senhora do Dinheiro" então eu podia escolher não apenas um filme, mas dois filmes!
Desde sempre eu olhava o dvd de "O Homem de Palha" e nunca me agradava, a capa da edição brasileira era tão trash que eu ficava com medo de comprar e me arrepender, mas como eu tinha um bônus de dois dvds nesse dia eu resolvi dar uma chance ao filme, e para quebrar minha cara de novo eu acabei vendo o meu filme favorito até o momento, assim como eu fiz com o "Thriller - Um Filme Cruel". Vejam esse filme!

Um detetive ex-padre vai até uma aldeia isolada para investigar o desaparecimento de uma garota local, lá ele descobre muito mais do que deveria saber e acaba se deparando com as loucuras e crenças desse povo, que vai desde sua educação escolar até rituais com relação a cultura Grega.

O filme de início não nos revela nada de surpreendente. Começa de forma honesta nos guiando de forma padronizada, mas o roteiro se transforma logo quando entra em um bar. Lá tem vários nativos que começam a cantar e a provocar por meio de palavras o detetive, é também onde somos apresentados à bela filha do proprietário do bar (interpretada pela Ingrid Pitt, uma das musas da produtora Hammer). Logo em seguida ela protagoniza a cena mais bonita e interessante do filme, onde ela dança e canta nua ao lado do quarto que divide ela do detive (padre), numa tentativa de seduzir o visitante virgem. A música cantada por ela é a incrível '' Willow's Song ''.
O filme nasceu da insatisfação do diretor Robin Hardy com os filmes da produtora Hammer que no início faziam bons filmes (vários clássicos do terror) mas que com o passar dos anos foi se fixando na mesmice. Ele resolve então inovar o gênero com seu filme de estréia, deixando de lado o teatro e se dedicando totalmente ao cinema, criando assim uma das obras inglesas mais importantes dos anos 70. E ele já está dirigindo uma continuação de sua obra, quase 40 anos depois, o nome desse novo filme é " The Wicker Tree", já tem até algumas imagens na internet do set.

Só pra deixar claro uma coisa, fizeram em 2006 uma refilmagem do filme com Nicolas Cage, o nome que colocaram aqui foi "O Sacrifício". Eu peço de joelhos que não vejam essa refilmagem, é absolutamente ridícula comparada a original de 1973.
Uma curiosidade que eu queria mencionar também é um cd que o Iron Maiden fez baseado no filme com o título de " The Wicker Man" (o mesmo nome do filme), enfim quem pode falar melhor desse cd é o Lucas Abreu.


Por: Lucas Abreu

Aproveitando a deixa de Lucas Sá, vou falar brevemente da música do Iron Maiden. Na verdade, não foi um álbum como dito pelo amigo aí em cima. É uma música do álbum "Brave New World(2000)" que trata do filme já citado. Esse álbum também marca a volta de Bruce Dickinson e Adrian Smith ao line-up da banda. "The Wicker Man" é sem dúvida o ponto alto deste álbum! Conta com um solo de guitarra do Adrian Smith de fazer chorar. E ela tem clip também, apesar dos efeitos meia-boca, é um dos clips da Dama de Ferro que eu mais acho legal! Tem até o espantalho, boneco gigante ou seja lá o que for que aparece no filme! Não só a música, mas o álbum também vale muuuuuuito à pena dar uma conferida, fiquem aí com o clip de "The Wicker Man"!

P.S.: Fico me perguntando porque cargas d'água o Bruce fica balançando aquele balão(?) enquanto canta...


Música - Sepultura - A-lex(2008)


Por: Lucas Abreu



A-háaa falar de um banda que eu gosto bagarai! SEPULTURA. So, let go guys! Fiquei meio surpreso quando ouvi falar que o sepa iria gravar uma álbum conceitual baseado na obra Laranja Mecânica e fiquei muito curioso pra escutar. A maioria dos "fãs" como sempre malhou muito o álbum antes mesmo de sair, mas eu confiei no Sepa e sabia que eles fariam uma coisa na linha do último álbum, Dante XXI(2006), que havia sido pesado e direto.
O tempo passou o álbum saiu, eu já havia assistido ao filme, então deu pra adivinhar que provavelmente haveria referências à Beethoven como acontece na faixa "Ludwig Van" que é um instrumental muito bem estruturado. Entre uma faixa e outra foram utilizados alguns trechos de áudio do filme, dando um clima legal ao cd, apesar de ter parecido confuso para mim da primeira vez que escutei. Há também uma faixa mais tribal, que me lembrou os tempos do "Roots", "Filth Rot" que é beem Sepultura mesmo. Riffs certeiros como os de "Strike", "What I Do" e "Moloko Mesto" não são novidades, pois Andreas Kisser continua eficiente como sempre.
Fiquei um pouco com medo da batera, já que o Igor Cavalera havia deixado a banda, mas Jean Dollabela mostrou ser um substituto digno! Os vocais do Derrick Green não param de evoluir(positivamente claro!) à cada álbum. Só Paulo Jr. que passa incógnito(como sempre) nos graves da banda. Fora esse deslize, já comum, o álbum apresenta uma releitura honesta do filme/livro mostrando porque o SEPULTURA é considerada uma das grandes bandas de metal mundo afora. Fiquem com uns vídeos do álbum e Hasta la vista baby!



Cinema - Thriller: Um Filme Cruel

Por: Lucas Sá

"Thriller" é um filme sueco que vi em uma noite no início do ano...eu já havia visto ele em sites mas nunca tinha dado uma relevância maior à ele. Bom, nessa noite eu dei, baixei o filme em um blog( infelizmente não tem em dvd, depois vem me falar de crime) e vi esse filme deitado no meu sofá. O que vi era de extrema irreverência e peso! E que acabou salvando minha noite e me livrei da antipatia de deixar o filme de lado, a velha história do "Depois eu vejo''.

Uma adolescente é abordada por um homem que se apresenta como um suposto "amante" ao seu dispor; ela do interior e ele da cidade, não resiste, e acaba indo com ele para a cidade GRANDE, lá ela é enganada e acaba tendo que se doar a serviços sexuais aos pagantes. A vingança cresce dentro dela a cada instante...

O silêncio é evidente. A atriz Christina Lindberg em nenhum momento fala uma palavra no filme inteiro, é o silêncio do corrompimento, o ritmo se incorpora pela suas expressões e movimentos, o que o torna mais difícil de ser sentido. As cenas em que ela está no ato sexual com os pagantes são explícitas e em close-up, gerando na platéia repugnância ou em alguns, prazer.
A vingança é o grande tema e como eu disse vai crescendo ao longo do filme... No momento "dito cujo" é onde está o maior espetáculo do filme, as cenas gigantescas e violentas em câmera lenta. É tão envolvente que transformam o nosso sentimento em algo vazio e rastejante e consequentemente revela o sentimento da personagem; são tão detalhadas que vemos cada movimento de fúria da garota, cenas que deixam até Wong Kar-Wai e Brian de Palma com inveja!

Ela vai atrás de cada um que a abusou no seu momento passageiro de "Garganta Profunda". Homem e Mulheres sofrem em câmera lenta com essa garota do tapa olho, que para substituir seu desprezo, se pica em intervalos de 5 á 5 minutos, até na aula de karatê.

Retrata bem o estilo de filme dos anos 70, ou seja, trash e sexplotaition.
Para o diretor Bo Arne Vibenius, eu digo, BRAVO! (como diria o coronel Hans Landa da S.S. )

4 de julho de 2010

Cinema - Curta "Verbena e Limão"

Por: Lucas Sá

Bom, algumas pessoas sabem que eu e Lucas Kurz (outro Lucas...são muito Lucas's) estamos fazendo um curta para o 3° Maranhão Vídeo de Bolso. O curta foi todo filmvariadas.

O vídeo terminou de ser editado ontem de noite e consequentemente o poster.

O nome do curta é " VERBENA E LIMÃO".



3 de julho de 2010

Música - White Cowbell Oklahoma

Por: Lucas Abreu

Depois de uma Era Glacial completa, novo post! So, let go! Quem aí já ouviu falar da banda White Cowbell Oklahoma?? Pois é, pouca gente. Esse grupo canadense(digo grupo porque a formação varia de um sexteto até 17 integrantes!) faz um som que tem muito da pegada southern americana. Algumas músicas chegam a lembrar(agradavelmente) aos texanos do ZZ Top e também me lembrei também da galera do Nashville Pussy em alguns momentos.
Mesmo com essas possíveis influências o grupo esbanja originalidade, principalmente em seus shows que são verdadeiros espetáculos com participação de strippers, serial killers e outras excentricidades. Apesar de toda essa mega produção, uma coisa chama a atenção: eles são independentes. Graças a internet este último detalhe pôde ser driblado, sem muitas dificuldades.
O último álbum do grupo, Bombardero, é sensacional, muito bom mesmo, pois conta com uma coisa que pessoalmente me agradou, um instrumental um pouco mais pesado! Ah o WCO só lançou dois trabalhos, o Bombardero e o Cencerro Blanco que também vale muito a pena dar uma escutada. Fiquem com dois vídeos deles e até a próxima!