30 de janeiro de 2011

Cinema - I Am Love


Por: Lucas Sá

O luxo de uma mansão e de jantares a noite abrigam certos segredos familiares que a qualquer instante podem ser revelados por detalhes significativos... Detalhes que podem desagregar empresas e amores desgastados. I Am Love, novo filme do diretor italiano Luca Guadagnino (Lucas?) se comporta como um bom romance de traição que se sustenta nos detalhes de cena e na atuação estupenda de Tilda Swinton.

Luca Guadagnino, que em seu longa anterior, baseado no livro Melissa P. , 100 Escovadas Antes de Dormir, não foi bem aceito em seu primeiro trabalho, sendo o longa uma iniciativa negativa para a carreira de Luca. Mas com I Am Love esse quadro se amenizou. Como garantia disso, o filme já rodou em vários festivais como, Berlim e Veneza, além de receber indicações ao Globo de Ouro e ao Oscar. Este foi um bom ano para o jovem e novato Luca, que dividiu a crítica e recebeu apoio e indicações em vários eventos importantes.

Emma Recchi (Tild Swinton) nasceu na Rússia, mas que por conta de amores constantes, acaba indo morar na Itália, e se casa com o rico empresário Tancredi Recchi (Pippo Delbono). Emma tem um casamento abalado por falta de emoções que façam reviver um antigo sentimento despedaçado pelo tempo. Por motivos pessoais ela se apaixona pelo jovem cozinheiro Antonio Biscaglia, amigo de seu filho. Entre jantares e pratos deliciosos, Emma se distância dos seus afetados e venenosos familiares. O dinheiro, é sem questionamentos, o verdadeiro motivo destas reuniões parentais. Quem será o herdeiro da mina de ouro? Edoardo Recchi Jr., filho de Emma, que namora uma jovem desprovida de capital. Isto alerta perigo... Filhos, herdeiros, heranças. I Am Love, se torna então, um conto sobre a futilidade e frustrações de sentimentos da burguesia italiana.

Luca Guadagnino, que desta vez assume o papel de diretor e roteirista, nos entrega uma história nada original, mas que ao longo da projeção, principalmente na cena final, nos surpreende pelo o rumo e ações que os personagens levam. Os primeiros minutos do longa se integram em um suntuoso jantar, revela certos costumes e sentimentos dos personagens. Está é uma das melhores cenas, chega a lembrar o ótimo Festa de Família, de Thomas Vinterberg. Se compararmos os dois, até existem certas semelhanças, na questão dos jantares e chacota entre parentes, mas não passa disso. Voltando ao roteiro. Luca conduz o romance e acontecimentos de forma natural, sem nenhum elemento surpresa, mas sempre de forma elegante. É neste quesito que o filme se torna comum, se salvando pelo estilo e a forma como as cenas são conduzidas. Mas Luca, não faz isso à toa. Ele utiliza essa mesmice como pretexto para construir e elevar o filme ao grau máximo, que se revela na poderosa cena final.Está cena envolve toda a carga de sentimentos de I Am Love, fazendo com que o espectador, que a essa altura já não se interessava mais pelo o que iria ocorrer, mude seu comportamento e se mantenha emocionado e aflito com o rumo de Emma. E tudo isso se deve quase que 75% à poderosa trilha sonora de John Adams. E os outros 25% se direcionam para a atuação dos atores, sobretudo, Tilda Swinton. Sendo que este se tornou o seu melhor papel, para quem antes era mais conhecida pelo público apenas como A Rainha Branca de As Crônicas de Nárnia, ou como o anjo Gabriel em Constantine. Tilda, como sempre, se revela uma atriz centrada, e chega até a causar arrepios com sua personalidade fria e expressões misteriosas. Fato que contribuiu de forma significativa para o papel da personagem Emma, já que esta, é uma mulher madura e que por sua educação Russa vive de forma rígida em seu ciclo de luxo e lixo. Ótima escolha de Luca para a protagonista, não tinha como ser melhor.

De certo modo o direcionamento que o filme recebe no final se confronta com seu início e meio. Devido Luca ter optado por um final rápido e incógnito, para quem não percebeu certos mínimos detalhes, fica difícil captar a idéia. Sendo que estes detalhes serão de grande utilidade neste sublime prólogo. A música é intensa e os gestos são reveladores, já que neste momento as palavras são suprimidas, e o movimento reina. Muitos questionaram e odiaram a cena, mas é ela que salva o filme quase que por completo. De início estava achando I Am Love meia boca até está cena se apresentar, e foi a partir dai que entendi as intenções da direção.

O classicismo que o filme persiste em se manter, não é puro. Ocorre uma fusão entre estilos. O modernismo se aliando ao classicismo. O belíssimo figurino se reveza entre Michelangelo a Andy Warhol, tendo a indicação do Oscar sendo justa, a de melhor figurino. Mas não é só no figurino que está união permanece. Luca tenta aliar, além do visual, o estilo dos filmes e diretores do antigo cinema Itáliano. Principalmente o consagrado e virtuoso Federico Fellini. Talvez este seja o motivo do roteiro se tornar meio desmantelado. O resgate da nostalgia do cinema italiano se confrontando com a modernidade.

28 de janeiro de 2011

Cinema - Brian De Palma revela seu novo filme, Passion

Por: Lucas Sá

Essa notícia salvou o meu dia. Eu, como admirador fiel das obras do mestre Brian De Palma, quase sai batendo palmas de ouro pela casa com o anúncio. Lembro que diariamente ficava vendo no site IMDB para ver se ele estava envolvido em algum novo projeto. O longa em questão, é uma refilmagem (não deixa de ser meio desanimador) de um filme francê chamado: Crime d'Amour. O filme é do ano passado e conta com a participação das atrizes Ludivine Sagnier ( 8 Mulheres ) e Kristin Scott Thomas, que já trabalhou com De Palma em Missão Impossível, além de ser a protaganista do ótimo drama, Há Tanto Tempo Que Te Amo. Enfim, elas infelizmente não serão as atrizes do remake, sendo que De Palma comentou que irá revelar o novo elenco em maio, no Festival de Cannes.

O longa narra a história de duas empresarias de empresas rivais, sendo que esta rivalidade vai tomando proporções maiores e acaba terminando em homicído. Só pela sinopse já se tem a idéia de cenas que De Palma vai exprolar... Câmeras Lentas, navalhas, sangue, cabelos voando, botas, e luvas de couro. Algo bem típico do diretor. Me faz pensar que o desejo real de De Palma é fazer sempre um grande Giallo italiano com pitadas ( ou pedaços grandes ) do estilo de Hitchcock, o que é marca em grande parte de seus trabalhos.

Seus últimos filmes não foram tão agraciados pelo público. O péssimo e cansativo Dália Negra, foi masacrado pela crítica e a bilheteria arrecadada não foi animadora. Sem dúvidas este é o pior filme de De Palma. Seu trabalho mais recente, Redacted, foi bem mais elogiado, mas mesmo assim não agradou muito, sendo em parte desconhecido pelo público ( não foi nem lançado no mercado de DVD no Brasil). Com Passion, De Palma irá retornar a sua famosa e estilística forma de filmar. Bom, pelo ou menos é isso o que eu espero, esses seus últimos trabalhos se desviaram do percurso adquirido em seus filmes anteriores, como Femme Fatale e Síndrome de Caim. Sobre o assunto Brian De Palma afirmou em entrevista para Variety:

“Foi em Vestida para Matar a última vez em que pude combinar suspense, mistério, erotismo e assassinato em uma experiência cinematográfica assim”

Erotismo? É, acho que ele finalmente voltou a ser o que era. As filmagens aconteceram em Colônia e Berlim, mas a cenas externas serão feitas em Londres e começaram no mês de agosto. O orçamento gira em torno de 30 milhões. Agora é só esperar pra ver!

27 de janeiro de 2011

Música: Epica - Design Your Universe(2009)



Um disco extremamente singular e totalmente perfeito em suas passagens. Assim pode-se definir o sétimo trabalho deste grupo. O uso de um coral com 8 vozes sempre conferiu uma profundidade maior às músicas do Epica, deixando sempre as músicas com uma profundidade absurda!! É interessante analsar outra coisa à respeito dos álbuns da banda, as letras das músicas são bem compostas. O que hoje está ficando raro nos discos de várias "bandecas" que eu ando escutando ultimamente. Sempre achei o Mark Jansen(guitarrista e fundador do grupo) um sujeito extremamente perfeccionista e ao que parece ele alcançou o resultado desejado no D.Y.U..
O álbum começa com um interlúdio, como já é de costume, que só serve pra aumentar a ansiedade pelo que podemos encontrar pela frente! E a ansiedade é substituída pela surpresa com a grandiosa faixa "Resign To Surrender(A New Ages Dawn - Part IV)", com seus mais de 6 minutos de duração a música consegue alternar momentos de calmaria com passagens cheias de peso com o vocal gutural de Jansen e a bela voz de Simone Simons. Logo após, começa "Unleashed", com riffs colados à linha da voz e um refrão daqueles! A música também é muito bem finalizado com o coral dobrando o refrão com a Simone. A minha música preferida do álbum foi a "Martyr Of The Free World"...os riffs, a base com guitarras limpas e o refrão absurdamente fura tímpanos foram algumas das coisas que mais me chamaram a atenção! O riff da ponte com o coral ao fundo também foi uma bela sacada da banda!!
A "Our Destiny" me fez lembrar o " The Divine Conspiracy"(quinto álbum da banda)...é uma música que se encaixaria muito bem neste álbum. O baixo dá um gingado diferente à música e este era um recurso que a banda deveria utilizar com mais frequência. Toda banda tem a sua música mais pretensiosa em um álbum(olhe o caso do Dream Theater) e neste disco a música em questão é a "Kingdom Of Heaven(New Ages Dawn - Part V) com seus pretensiosos 13 minutos e meio. A composição começa de forma pesada com riffs certeiros e um coral cantando junto à Simone Simons. Por mais difícil que possa parecer o grupo não deixa a peteca cair e a música não se torna enjoativa, pois além das mudanças de tempo a banda pode contar com uma dinâmica de riffs acima de qualquer suspeita. Sem dúvida um álbum para se escutar em total silêncio... O interlúdio "The Price of Freedom" serve para o ouvinte dar uma respirando antes da "Burn To A Cinder" que é sem dúvida uma das grandes sacadas do álbum e tem jeito de "single" do começo ao fim.
"Tides of Time" é a música mais bonita e bem arranjada do álbum, sem sombra de dúvida. As vozes harmonizadas com o piano deram um toque grandioso à essa música. "Descontruct" tem um tom bem "Epica" mesmo, com seus riffs e corais. "Semblance Of Liberty" é bem progressiva, com riffs de guitarra bem legais e uma cozinho muito competente. "White Waters" é outra música muito bem arranjada com guitarras limpas e o vocal de Simone Simons fazendo belas linhas de voz. Ah, e finalmente chegamos à faixa título que começa de maneira surpreendentemente calma e depois passando para uma parte com um pouco mais de peso e voltando à sua base limpa com a voz de Simone. A música alterna momentos de convulsão extrema com passagens absolutamente calmas(mais uma vez destaca-se o fator Epica de compor).
E ainda temos de brinde uma faixa bônus(!) "Incentive" que fecha este petardo com chave de ouro! Uma coisa que eu não mencionei, mas achei muito criativo nos álbuns do Epica é relação que um álbum tem com o outro, querendo ou não os álbuns tem uma ligação e neste "Design Your Universe" o assunto tratado é:com a temática de que todos estamos ligados a nível subatômico e que podemos influenciar o mundo através dos nossos pensamentos, e continua nele o conceito A New Age Dawns. Ora se o sujeito não é criativo, não é? O Epica está de parabéns mais uma vez e vale lembrar que eles lançaram o single "This is The Time" em janeiro de 2010! Um álbum muito legal e que vale à pena dar uma escutada pessoal! Enjoy it!

21 de janeiro de 2011

Cinema - O Turista

Por: Lucas Sá

Definitivamente o diretor alemão Florian Henckel von Donnersmarck não acertou em sua primeira estréia em solos hollywoodianos. O Turista, que tem como protagonistas dois dos atores mais cobiçados dos últimos dez anos, Jolie e Depp, não agrada na proposta inicial de ser um filme de suspense. Ah Não! Me enganei...Quis dizer um filme de comédia.

O Turista é mais uma entre muitas refilmagens mal sucedidas. Este em questão é um remake de um filme francês chamado, Anthony Zimmer - A Caçada. O que poderia ser um ótimo filme de suspense sobre perseguição, acaba se transpondo em algo que não se define em relação ao seu tom e ritmo. Toda a tensão policial que o longa propõe se dissolve por meio de inserções constantes de cenas engraçadinhas para entreter o público. Não sou contra ao uso desse tipo de artifício, mas desde que seja bem utilizado e de forma inteligente. Como bom exemplo do uso deste recurso, posso citar o ótimo Bastardos Inglórios. Tarantino em seu último filme soube usar o humor negro de maneira que não se sobressaise ao roteiro, gerando cenas de alto teor visual e de tensão. Logo ele o utiliza-o não como formar de sustentação da trama. O que acontece em O Turista é o oposto, o roteiro se pendura quase que caindo nesse humor fraco e fajuto, fazendo com que o espectador desvie a atenção a história mediocre e esqueça todos os defeitos e falhas.

Essa indecisão de gênero no filme é tão evidente que o filme recebeu indicação para " melhor filme Musical/Comédia " no Globo de Ouro de 2011 ( ué o filme não era de suspense? ), e óbivo que não ganhou. Claro que nesse termo o filme tem algumas sacadas interessantes, como o cigarro eletrônico com luz de LED que solta vapor de água ao invés de fumaça usado pelo protagonista, mas só. As cenas de ação não empolgam e não são nada inovadoras. Chega a ser risível Angelina Jolie pilotar uma lancha sob Veneza sem ser pega pelos " vilões " em um velocidade quase que de uma lesma parida.

Fui assisitir o filme esperando ver o que vi no filme anterior de Florian Henckel von Donnersmarck, A Vida Dos Outros. Florian Henckel com seu filme antecessor fez um ótimo drama e sobretudo um suspense verídico sobre o período da guerra fria. A Vida Dos Outros foi conquistando espaço a medida que se revelava em vários ( digo vários mesmo!) festivais internacionais, mas foi com o oscar de melhor filme estrangeiro que o nome de Florian Henckel ganhou mais atenção. O Turista é prova desse destaque adquiro sob o nome de Florian Henckel, mas devido ao autoritarios do capitalismo norte-americano o longa se mantêm deslocado e perde todo o charme e sutileza que se vê em A Vida Dos Outros.

Depp e Jolie foram escolhidos pelo simples fato de serem os melhores em suas especialidades. A de Depp, fazer gracinhas, e a de Jolie, a de ser a gostosona granfina sem expressão. Sendo assim, utilizados como objetos para atingir o fraco humor e sensualidade. Além disso, os dois se envolvem em um romance que juro que demorei pra perceber que eles estavam duvidosamente apaixonados. Tudo muito falso e sem profundidade de sentimentos. No quesito figurino, o filme acerta, as roupas que a personagem ( que nem lembro mais o nome) de Jolie usam, são a atração do elegantismo que o filme tenta buscar. Mas o fator motor deste elegantismo não é bem utilizada, que no caso é a própria geografia da bela cidade de Veneza.

16 de janeiro de 2011

Filmes que vimos essa semana que você deveria ver, ou NÃO!

Por: Lucas Sá e Lucas Abreu

Jogador Misterioso - 2003 (Nota 5,0)
Dir: Dario Argento
Não sei o que aconteceu com o Argento. Seus filme dos anos 2000 pra cá são terriveis, Jogador Misterioso é um exemplo. Argento não utiliza praticamente nada do seu estilo, o assassino neste filme tem ações bobas para matar. Ele mata atráves de um jogo online de pôquer, se você perder a vítima morre. Até parece interessante, mas Argento mostra isso com tanta estupidez que o seu famoso suspense se evapora. A mídia de gravação utilizada é estranha e não favorece as cenas de tensão. Os takes de voeyrismo são mal aproveitadas e o giallo, esquecido. O que permanece ainda do estilo do velho Argento é a trilha sonora (meio eletrônica) e a temática, ou seja, os assassinos em série.


Vicky Cristina Barcelona - 2008 (Nota 8,0)
Dir: Woody Allen
O filme mais charmoso de Woody Allen. A beleza de Barcelona e suas imagens se implementam nos personagens e deixam o filme leve, mas ao mesmo tempo sensual. Allen depois de Match Point decediu deixar de lado Nova York, a sua amada capital, para explorar outros países que ás vezes se tornam bem mais interessante do que a maciva e macisa Nova York. Penélope Cruz está ótima. Não sei não, mas o woddy Allen nesse filme teve forte influência de Almodóvar. Os atores escolhidos, Barcelona, o espanhol falado exageradamente se encaixam na estética de Almodóvar, mas como sempre Woody Allen sempre pega mais leve em assuntos mais sérios. A trilha sonora é bem escolhida, se destacando a música "Barcelona", da banda Guilio Y Los Tellarini.

Baadasssss! O Retorno de Sweetback - 2003 (Nota 7,5)
Dir: Mario Van Peebles
O filme conta a história do diretor Melvin e seu filme mais pôlemico que iniciou a enxurada de filmes Blacksploitation, filme este que tem o singelo nome de Sweet Sweetback's Baadasss! Song. Baadassss! foi dirigido e protagonizado por seu filho Maria Van Peebles, o longa revela de forma inteligente e bem humorada a luta para se fazer um filme independente nos anos 70. Sweetback revolucionou o cinema, com a implementação do negro no cinema, este que antes (e ainda continua) sendo visto como subalterno de alguém superior. Mario faz a fusão de ficção com documentário, fazendo umas espécie de jogo entre os dois gêneros. Uma bela homenagem ao seu pai. Uma bela homenagem ao cinema dos anos 70.


Entreatos - 2004
(Nota 7,0)
Dir: Joao Moreira Salles
Documentário exclusivo sobre a vida e os detalhes da eleição de Lula antes de assumir a presidência. João Moreira Salles, fiel seguidor de seu mentor Eduardo Coutinho, nos entrega um material que provavelmente grande parte da poplulação que votou em Lula nunca viu. João Salles mostra com passividade as etapas de Lula até chegar ao poder, além de captar entrevistas e discussões políticas íntimas do presidente. É em meio a viagens, comícios e gravações de programas eleitorias que Lula revela sua opnião crítica sobre os principais problemas do país. João Salles foca em determinadas passagens a invasão e a perda da privacidade de Lula a medida em que ele chega perto de seu objetivo. Isto pode ser visto na sublime sequência final, onde Lula é cercado por milhares de fotógrafos na entrada de seu prédio ao saber que venceu as eleições.

Os Estranhos - 2008 (Nota 7,0)
Dir: Bryan Bertino
Baseado em fatos reais, ocorridos em 2005 com um casal em uma casa de campo. Os estranhos é um filme simples que esbarra em clichês do gênero a todo tempo, mas a grande surpresa é a tensão gerada no espectador a cada instante. As cenas iniciais do longa são fundamentais para que o roteiro funcione, elas estão centradas no relacionamento do casal principal. A forma como Bryan conduz essas cenas são tão bem estruturadas que o espectador se apega ao casal de imediato, e teme pelas situações de horror vividas ao longo da noite. O resto é suspense e uma história nada original com um final nada convencional (contraditório, não?), mas que gera ânsia no espectador. Meritos pela atuação de Liv Tyler.





Passageiros - 2009
(Nota 3,0)
Dir: Rodrigo García
Filme meio sem pé nem cabeça. Espíritos que dirigem carros??? Como assim??? E eles ainda fod**@#$!!! Isso é muito complexo pra mim... me decepcionei com o final. Quando chega no meio do filme, você já sabe o final --' . Mas ele diverte por uns 15 minutos.







O Dia Em Que A Terra Parou - 2008
(Nota 4,5)
Dir: Scott Derrickson
Remake de um filme lá de mil novecentos e carne de porco. Adoro os filmes do Keanu Reeves(engraçado como ele tem nome de ET, né? Klaatu, Keanu...). É um filme que se não fossem os efeitos meia boca e o filho do Will Smith, provavelmente iria valer alguma coisa e subir 1,5 na nota ha ha ha.






Cinema - Amores Imaginários

Por: Lucas SáO jovem e comentado diretor Xavier Dolan está arrancado inúmeros prêmios em festivais internacionais. Com apenas 21 anos ele escreveu, produziu, dirigiu e protagonisou seus dois filmes, Eu Matei Minha Mãe e Amores Imaginários. Em ambos a modernidade e juventude aparecem com efervecência, fato este que dividiu a crítica a respeito de suas obras. Xavier foi descoberto e levado ao pedestal no festival de Cannes na mostra Quinzena dos Realizadores, com seu primeiro e infantil longa, Eu Matei Minha Mãe. Um ano depois, com 20 anos, Xavier faz seu novo e novamente moderno filme, Amores Imaginários.

Em Amores Imaginários o roteiro está centrado em um triângulo amoroso envolvendo Francis (Xavier Dolan), Nicolas (Niels Schneider) e Marie (Monia Chokri). Fancis e Marie são amigos íntimos que acabam se apaixonando pelo mesmo homem, Nicolas. Esse caso de amor proposto por Dolan ao longo do filme se torna bobo, os personangens não tem motivos sinceros e acaba ficando difícil levar esse suposto "amor" a sério. Muitos dizem que filme se encaixa em uma paródia ao amor juvenil, mas eu vejo isso como pretesto para explorar imagens e cenas, ou seja, o roteiro não importa (parcialmente, é claro), ele é usado mais para favorecer certas cenas. O que realmente é importante é a estética perfeita. O visual.
Dolan impõem ao filme uma estética meticulosamente cuidada e pensada, em uma fusão de anos 50 com o hoje. Essa é a época de Xavier Dolan, o hoje nostálgico. Esse cuidado primordioso com cada quadro, cada cor, deixam o filme falso em cada instante. Isso não é ruim para Amores Imaginários. Se caso está estética não estivesse presente, o filme seria mais um entre outros. O que salva Dolan é a imagem, as cores e sobretudo o figurino! Os 3 personagens centrais podem ser resumidos pelas roupas que vestem... Um vestido vintage azul, um vestido dos anos 50 salmão com um laço na cintura, uma luva com estampa de ossos, um óculos de coração semelhante ao usado no filme Lolita de Stanley Kubrick. Dolan torna Amores Imaginários um filme materialista ao extremo, que se apega mais ao objeto do que ao enredo.

Na intenção de porpor ao filme mais veracidade ao longo da exibição, Dolan opta em utilizar trechos de entrevistas documentadas sobre pessoas e seus relacionamentos amorosos desatrosos, mas acaba pecando na medida em que usa vários zooms propositalmente ,para dar a intenção de ser algo documentado, e assim o que era para parecer real se torna plástico novamente. Ou seja, ele assume novamente ser um diretor que se preocupa com o visual e tenta transforma isso em uma experiência para o espectador, mesmo que por vezes se torne saturado e duvidoso.

Essa experiência que se encontra em Amores Imaginários é sua melhor qualidade. A fusão de uma ótima trilha sonora + câmera lenta + movimentos corporais + roupas estilosas, tornam determinadas cenas hipnóticas com o seu poder viusal, mesmo que a maioria dos elementos dessas combinações sejam referências de outros filmes. Como a música Bang Bang de Dalila usada em Kill Bill do Tarantino, mas cantanda em inglês por Nancy Sinatra, ou a câmera lenta que nos remete imediatamente ao estilo de Wong Kar Wai. Nesse sentido, Dolan se aproxima de certo modo ao já citado diretor, Quentin Tarantino. Ambos, Dolan e Tarantino, utilizam referências em massa a outras obras.

Falando em trilha sonora, Dolan é muito inteligente nas suas escolhas. Utiliza músicas antigas como a famosa Bang Bang, e músicas atuais, como da banda Vive La Fête, que estão na trilha dos seus dois filmes. Mas o melhor uso da combinação som + imagem + câmera lenta( que não pode faltar, já que tudo no filme é motivo para usá-la) está na cena em que Marie foge do campo ao olhar Nicolas e Fancis se divertindo debiloidementes sem ela. Ela sai com sua mala e seus saltos vermelhos se arastando pela folhagem seca dos campos franceses, e é ai que a música , Keep The Streets Empty For Me, da banda Fever Ray começa. Uma cena marcante. A utilização dessa fórmula me faz lembra o filme Direito de Amar, de Tom Ford. Eles dois usufruem praticamente da mesma estética em cenas de maior apelo sentimental.

A atuação dos atores é baseada nos movimentos corporais, e melhor usada nas cenas em slow motion, que impõem o sentimento dos personagens. Um exemplo disso pode ser emcontrado na cena em que Francis e Marie vão se encontrar com Nicolas em uma lanchonete. Francis entra primeiro e joga um sorriso para Nicolas, em seguida Marie entra, Francis a olha e o seu sorriso se desmancha em algo sínico, demonstrando seu desprezo por Marie. A revelação maior do filme, está na atuação e na beleza da atriz que interpreta Marie, Monia Chokri. Sua personagem carrega a maior parte do humor negro refinado do filme, e também protagoniza a mais bela cena do longa, a que Marie foge pelo campo. Além do trio, se tem a participação do ator francês Louis Garrel na cena final, famoso por seu papel em Os Sonhadores, de Bernado Bertolucci. Aproveitando a intimidade, Xavier, já contratou Louis Garrel para seu novo filme, intitulado Laurence Anyways. (Correção: ele não vai mais participar).

Com Eu Matei Minha Mãe e Amores Imaginários, Xavier Dolan nos mostra que sabe fazer ótimas cenas, unindo os elementos da narrativa de forma singular, álem de um singelo humor negro. Mas o núcleo de seus roteiros partem sempre de algo premetaturo e infantil , e que tentam ao máximo parecer "cool", isso acaba gerando um certo receio e banalização sob suas obras, esse é o seu maior erro. O que falta para Xavier Dolan é apenas o amadurecimento.

Dicas de outros Blogs


Resolvi fazer este post, porque eu acho estes blogs muito interessantes. Resumindo: esse post é pra quem gosta de ler! Conversei com Lucas Sá e ele também me mostrou outro blog muito legal do Felipe Guerra. Com isso, não preciso nem falar do que se trata o blog, né? Então vamos lá:

- Câmara dos Tormentos:
Este blog aqui prendeu minha atenção por vários meses, devido a presença dos inúmeros contos de horror/terror e suspense. Há a participação de muitos autores e também de uma gramática impecável. Alguns contos conseguem passar ao leitor as agonias e dilemas das personagens de forma magistral. Muito bom! Deem uma passada lá:
Imagine um blog só de contos sobre lobisomens?? Pois é, acompanho esse blog desde o primeiro post, por adorar os lupinos. O blog é do André Bozzeto Júnior, dono da maior comuna do Orkut sobre Filmes de Lobisomem. Os contos são do André e de alguns autores convidados e até hoje não me decepcionei com nenhuma história que eu li por lá! Recomendo:
Imagine um apocalipse zumbi no Brasil? Essa é a idéia principal deste blog que traz uma verdadeira novela, com enredo e tudo! Prende a atenção de forma absurda!! Todos os méritos ao Thiago Rodrigo de Azevedo Hilário, pelo seu modo singular de escrever:
Esse blog é indicação do Lucas Sá e é muito bom!! O blog é do Felipe M. Guerra, é impressionante a quantidade de filmes que ele assiste! E mais impressionante ainda a qualidade das críticas que ele produz. Muito legal mesmo. Recomendamos:

15 de janeiro de 2011

Cinema - Ginger Snaps (Trilogia)

Por: Luca Abreu
Olá pessoal, hoje vou discorrer sobre a trilogia de um subgênero que eu adoro no cinema: Filmes de Lobisomem!! Tcharan!! Beleza, chega de brincadeira e vamos direto ao ponto, no caso a trilogia à qual eu me refiro é a "Ginger Snaps" . Então vamos "começar pelo começo" , vou separar o post em tópicos para que as coisas não fiquem misturadas e muito confusas:

- Ginger Snaps(2000)
Este filme eu achei o menos pretensioso da franquia, talvez por ter sido o primeiro. Conta com partes e diálogos desnessárias, que servem só pra encher linguiça. O contexto, apesar deste ser um filme canadense, não foge ao padrão habitual dos filmes norte americanos que contam com protagonistas adolescentes, colégios, jovens debilóides, maconha e etc. Até aí o filme não chama atenção alguma. Mas o filme conta com animatronics maravilhosos(eu particularmente prefiro filmes com animatronics à efeitos de CG) o lobisomem é animatronic. Indo para o começo do filme, já tem uma tomada que achei uma das melhores da franquia: O garoto brincando na caixa de areia e encontrando lá a pata decepada do cachorro da casa, após isso aparece o cachorro totalmente massacrado com a mãe do garoto aos gritos!!
Já com este começo eu me empolguei! Logo após isso Brigitte 'B' Fitzgerald(Emily Perkins) faz sua primeira aparição no longa e na sequência Ginger 'Ginge' Fitzgerald(Katharine Isabelle). Estas são as irmãs na qual a trilogia é centrada. As personagens principais vivem em uma família desequilibrada o que leva-as a se unir e bla bla bla, mas não deixa de servir de explicação para o porque delas serem tão unidas. Emily Perkins convence muito bem no seu papel e Katharine Isabelle não é lá essas coisas, mas também tem um bom desempenho. Este é um dos pontos fracos deste primeiro filme: Atores que convecem tanto quanto uma nota de 3 reais. A primeira sequência com o lobisomem ficou muito boa, o diretor John Fawcett soube utilizar as sombras à seu favor(está cena traz uma referência gritante ao ótimo "Um Lobisomem Americano em Londres"). Dá para dar uma olhada no bicho por alguns milésimos de segundo antes dele ser atropelado. Só por aí já dá pra perceber que Fawcett quis inovar na caracterização do bicho. Durante o ataque Ginger fica toda arranhada e mordida e por aí já dá pra perceber aonde a história vai desaguar. Durante esse evento um outro personagem surge, Sam(Kris Lemche), um traficante(ele que atropela o lobisomem), que começa a ajudar Brigitte a encontrar uma cura para a "doença" de Ginger. Porém a transformação- neste ponto eu abro um parênteses: a maldição lupina é tratada como uma doença mesmo, não havendo esperança de o indivíduo retornar à forma humana- afeta, além da fisionomia, a personalidade de Ginger, que acaba se distanciando de Brigitte e virando uma porra louca(literalmente hehehehe). Achei legal como a transformação se dá por etapas, com o aparecimento até de uma cauda(!!!) óssea em Ginger, as mudanças também acontecem no rosto dela e nas suas unhas, que viram verdadeiras garras. Ponto para os maquiadores, em parte. Pois nem toda a maquiagem presente no filme é bem feita. Voltando
ao filme em si, Sam consegue achar uma suposta cura para a "doença" de Ginger e conversa com Brigitte para que eles possam aplicar em Ginger. Eles conseguem capturá-la, porém, durante a viagem, ela sofre a metamorfose completa fugindo da vã de Sam e se escondendo na casa da família. A partir daí o filme fica mais tenso e consegue prender a atenção com o suspense. Sam e Brigitte preparam mais da suposta cura para Ginger dentro de um armário, nessa parte Sam praticamente se oferece em sacrifício! Óbvio que ele morre e o resto já dá pra adivinhar, né? Há quem não goste, mas eu achei o lobisomem muito legal! Durante a sequência Brigitte se infecta para poder levar Ginger para casa e lógicamente para poder haver uma sequência para o longa, não é Mr. Fawcett? hahahaha
Não é um Fiiiiilmee, mas chega a divertir e render alguns poucos sustos. Fica a dica para vocês.

- Ginger Snaps II- Unleashed(2004)

Ah, esse sem dúvida alguma é o melhor filme da franquia! Neste o diretor é Brett Sullivan e a roteirista é Megan Martin. Essas mudanças foram muito boas para o filme, que amadureceu de forma surpreendente. O roteiro ficou mais enxuto e a direção mais concisa e com tomadas mais precisas. Neste Ginger Snaps temos uma Brigitte bem mais madura(todos os merecidos méritos à Emily Perkins), que descobre que a suposta cura para a licantropia não passa de um meio de retardar a tranformação temporariamente. Ela é assombrada constantemente pelo fantasma de Ginger(mais uma referência ao "Um Lobisomem Americano em Londres") e perseguida por um lobisomem que deseja usá-la para meios de perpetuação da espécie(hahahaha). Logo nos primeiros 30 min o lobisomem faz a sua primeira vítima e Brigitte acaba indo parar em uma clínica para garotas viciadas, lá ela acaba sendo privada da sua cura temporária. Na clínica ela conhece Ghost(Tatiana Maslany), que acaba se tornando uma espécie de aliada na sua busca por uma saída de lá . Tatiana Maslany faz um papel que aparentemente parece simples, mas que no decorrer do filme vai se mostrar mais complexo do que parece. O elenco desse filme dá uma notável melhorada em conjunto com a fotografia que opta pelo cinza, preto e branco, dando um visual mais tenso à película. Voltando, Brigitte e Ghost conseguem escapar por pouco do lobisomem e vão se refugiar na casa da avó de Ghost. Ah, o lobisomem sofre uma transformação em relação ao primeiro filme. Ele ganha mais pêlos chegando à lembrar mais uma vez "Um Lobisomem Americano em Londres", ficou muito bom e sem efeitos de CG!!! Conferindo um ar mais real à criatura. As maquiagens estão muito trabalhadas também, a maquiagem de brigitte durante a transformação ficou 10. Na casa da avó de Ghost se dá o último confronto com o lobisomem e algumas mortes é nesta última parte que Ghost vai realmente mostrar quem é de fato. Não vou contar o final desse, porque o final é simplesmente espetacular. Um dos finais mais bem bolados que eu já vi! Ah é interessante vcs notarem que em ambos os filmes alguém sacrifica a vida para salvar a de Brigitte. Este é um dos inúmeros pontos de ligação entre a trilogia. Vale muito a pena dar uma olhada neste Ginger Snaps!

- Ginger Snaps III - The Beginning(2004)

Na minha opinião, esse filme é a prova documentada de que nem sempre com um orçamento e verbas boas é possível fazer um longa criativo e que chame a atenção. Nem vou discorrer muito sobre ele. Como diz o título, esse filme vai contar tudo desde o começo, como as irmãs são predestinadas a se envolverem com lobisomens e terem suas vidas estragadas. Este terceiro filme mantém a qualidade, em relação à maquiagem, efeitos e elenco, do segundo filme. Porém, parece uma espécie de Van Helsing às vezes!! Aquele índio mata praticamente todos os lobisomens sozinho!! TODOS!!! Ele é simplesmente o Hugh Jackman de chapinha! E eu não sei Whata hell acontece com as irmãs(Ginger e Brigitte) nesse filme, às vezes ambas parecem duas lesadas! Fiquei decepcionado, a não ser pela parte do menino lobisomem(que parece o Quasímodo depois de um acidente de trem!) e o drama vivido pelo pai dele na hora de matá-lo. Ah e olha só esse furo: o guri, ao morrer, cai dentro do poço do forte, então?? Como é que todo mundo lá não virou lobisomem???? Como?? Esses furos são revoltantes, pois é. E também, se todos os moradores do forte viraram lobisomens e estão dentro de suas casas, como eles não saíram lá de dentro????? Lobisomens quebram portas! e janelas!! Ah, neste filme acontece a mesma coisa dos dois anteriores ou seja, alguém se sacrifica para salvar Brigitte. Uma coisa legal foram as sanguessugas, putz achei muito bem pensado!! Uma tomada boa é quando a Ginger vira uma espécie de lobisomem chefe e vai para o portão, cara essa parte achei muito legal!! Lembra umas HQs que eu tenho aqui e que apareceram no segundo filme. Esse filme não deixa de ser divertido em alguns momentos, apesar de ser tedioso na maior parte do tempo. Na verdade a minha principal distração, durante o filme, foi a torcida que eu estava fazendo para aquele capitão da guarda escroto morrer de alguma forma. Na verdade ele é o sujeito mas abusado do filme(todos os méritos para o ator que o interpreta).O final é mais uma vez óbvio e fica na cara. Só não adivinha quem não quiser. Em suma, esse daqui perde é feio para o Unleashed. Entretanto, consegue superar o primeiro em vários quesitos. Vale assistir só para poder compreender como tudo começou.

7 de janeiro de 2011

Cinema - Primeiras imagens de "La Piel que Habito", um terror de Pedro Almodóvar

Por: Lucas Sá

Almodóvar dessa vez se reinventa com seu novo longa La Piel que Habito. Com um roteiro diferente de tudo o que já havia feito, Almodóvar promete uma obra irreverente com pitadas de suspense e terror, mas nada muito criterioso. Sobre o longa, afirmou no jornal espanhol, El País:
“Será um filme de terror, mas sem gritos ou sustos. Não vou respeitar nenhuma regra
do gênero. É o f
ilme mais chocante que já escrevi e o personagem de Banderas é brutal”

Em filmes anteriores, Almodóvar já havia demonstrado sua admiração pelo gênero bastardo. Em Ata-me!, de 1990, podemos vê Victoria Abril assistindo na tv ao filme A Noite Dos Mortos Vivos, de George A. Romero, sendo a própria protagonista uma ex atriz pornô que atua em um longa trash de horror. La Piel que Habito é baseado livremente no romance Tarantula, do escritor francês Thierry Jonquet, que acompanha um cirurgião plástico que pretende se vingar do homem que estuprou sua filha.


O papel de cirurgião plástico vai ser interpretado por Antonio Bandeiras, que não trabalha com o seu "descobridor" desde o já comentado Ata-me! Além de Banderas o longa traz no elenco a jovem e bela, Elena Anaya, que também já trabalhou com Almodóvar em Fale com Ela.

As filmagens já acabaram e o filme está entrando na fase de pós produção. La Piel que Habito estreia na Espanha em 18 de março. No Brasil ainda não há previsão.
Atualizando o post - Saiu hoje (15 de Feverero) o cartaz de La Piel que Habito. A arte foi liberada pelo produtor e irmão de Almodóvar, Agustín Almodóvar. O poster remete a imagens de livros de medicina referentes à anatomia humana:


Cinema - De Perna Pro Ar

Por: Lucas Sá

Com o sucesso do "novo" e novamente novo cinema brasileiro, as produtoras nacionais estão apostando cada vez mais em agradar o público, na intenção de ganhar espectadores fiéis ao nosso cinema. O ano de 2010 foi marcado por vários sucessos de bilheteria, como Tropa de Elite 2 e Muita Calma Nessa Hora, isso fez com que os olhinhos de diretores e produtores brilhassem. Buscando mais um novo sucesso que já se consolidou, chega a hora do novo filme de Roberto Santucci, De Pernas Pro Ar, fazer mais alguns milhões.

O longa é uma típica história de uma mulher - Alice - superando seus medos, que descobre a sua liberdade sexual e social em um Sexshop. O roteiro é bem redondo, com situações e piadas já vistas antes em outros filme do gênero, mas o grande trunfo é a atuação de Ingrid Guimarães. Sua personagem cria de imediato um elo com o espectador pelos seus problemas, mesmo que esses por vezes sejam banais. Ingrid consegue fazer piadas batidas se tornarem engraçadas, mesmo sendo já conhecidaspelo público alvo. O que dizer da cena em que Alice usa uma calcinha que vibra quando toca música? De imediato lembramos do filme A Verdade Nua e Crua, mas isso não passa só de uma lembraça, pois a atuação e o timing cômico de Ingrid supera, e muito, esse vago pensamento de Katherine Heigl e sua calcinha vibradora.
Eu ri como nunca tinha rido antes. Foram risos sinceros. De Perna Pro Ar cumpre com sua proposta. Causar risos fáceis. A produção do filme é precária. A fotografia erra em várias cenas, especialmente em closes e cenas de maior orçamento, como nas da feira erótica. Ao meu ver, o baixo orçamentro foi positivo as intenções do longa, fez com que o espectador não levasse o filme a sério, o que tornou o riso algo sem pudor. A trilha sonora não poderia ser pior, com músicas óbvias e já usadas exaustivamente pelo gênero. Alice nunca teve um orgasmo, então vamos colocar que música quando ela ver vários vibradores de borracha? Qual? Hã? Nada mais, nada menos que Like a Virgen de Madonna, bem original né? Essas tosquices: fotografia péssima, roteiro repetitivo, trilha sonora óbiva, produção de baixo orçamento. Todo este conjunto fazem De Pernas Pro Ar, um TRASH de melhor qualidade, que encontra sua salvação em sua protagonista, Ingrid Guimarães!

Por outro lado, com o papel secundária de dona de Sexshop, Maria Paula faz uma espécie de paródia de si mesma, ou seja, atuando mal e com pinta de travesti. Ela ajuda no tom cômico do roteiro com sua atuação absurda, e me faz acreditar ainda mais que o filme caminha pelo TRASH. Já o maior erro do diretor Roberto Santucci, foi não ter dado mais espaço e piadas para o ótimo ator Bruno Garcia, que no longa não passa do marido da protaganista. Bruno já fez papéis hilários, como na ótima comédia de Jorge Furtado, Saneamento Básico - O Filme, atuando ao lado dos também talentosos Fernanda Torres e Wagner Moura.

Os roteristas, Paulo Cursino e Marcelo Saback, foram levando o enredo de forma que não se tornasse uma propaganda escrachada do feminismo. Sendo assim, as situações se tornam harmoniosas tanto para homens quanto para as mulheres. Mas a dupla peca em várias passagens, sendo as que mais irritam são as cenas de reconciliação e sentimentalismo do par romântico, esse erro atrapalha no ritmo do filme, que já é bastante bagunçado. Outra cena desastrosa é a dancinha de Ingrid e Maria Paula na feira erótica, foi uma tentativa falha de demonstrar a "liberdade" adquirida pela protagonista.

Roberto Santucci, que anteriormente havia feito longas com temáticas mais sérias e violentas, Bellini e a Esfinge, Alucinados e Sequestro Relâmpango, tenta algo mais ousado neste novo trabalho e acaba acertando. De pernas pro ar já levou mais de 1 milhão de pessoas aos cinemas, isso na sua primeira semana de estréia. Esse mérito vai principalmente ao elenco. Sobretudo, a Ingrid Guimarães, com sua primeira protagonista.

"Só no dedinho! Só no dedão!
Só no dedinho! Só no dedão!"

5 de janeiro de 2011

Judas Priest - Painkiller(1990)



Por: Luca Abreu

Um dos maiores clássicos do metal contemporâneo...e porque não da música contemporânea? O Judas já havia trazido inúmeras inovações a esse estilo musical que cada vez mais chamava a atenção de um público fiel e de uma crítica incrédula com o fato de uma "bandinha" underground conseguir exercer tal influência no meio musical. Antes deste petardo o Priest já havia lançado os bem sucedidos:
- Rocka Rolla(1974)
- Sad Wings of Destiny(1976)
- Sin After Sin(1977)
- Killing Machine(lançado nos Estados Unidos com o nome Hell Bent For Leather - 1978)
- British Steel(1980)
- Screaming For Vengeance(1982)
- Defenders of the Faith(1984)
E os não tão bem sucedidos:
- Turbo(1986)
- Ram It Down(1988)
Lógico que estes dois últimos álbuns tem músicas boas, mas não tão boas quanto as dos outros álbuns! Então o Priest precisava reerguer seu moral e com isso surge o incrível e apoteótico Painkiller(1990). Faixa foda em cima de faixa foda o álbum é uma sucessão de riffs bem trabalhados e uma cozinha bem entrosada e competente. Halford consegue atingir aproveiamento máximo em todas as faixas inclusive na lendária faixa "Painkiller"(aquela levada de bateria do começo é um marco, qualquer baterista que se preze TEM que saber fazer aquilo). O destaque do álbum vai para a faixa título, mas aí vai a lista das músicas:

1. Painkiller
2. Hell Patrol
3. All Guns Blazing
4. Leather Rebel
5. Metal Meltdown
6. Night Crawler
7. Between The Hammer & The Anvil
8. Touch Of Evil
9. Battle Hymn
10. One Shot At Glory

Só para resaltar o Judas Priest, junto ao Iron Maiden foi, uma das bandas que capitanearam o "New Wave Of British Heavy Metal" revelando outras bandas boas como Saxon. Álbum obrigatório para qualquer um que se suponha bom entendedor de música!! Vídeo de Painkiller ao vivo. Enjoy it!

4 de janeiro de 2011

Nóticia - Tarantino elege os 20 melhores filmes de 2010


Por: Lucas Sá

A famosa e aguardada lista dos melhores filme de 2010 do Mestre Tarantino foi divulgada. Como sempre, ele trás certas surpresas em suas escolhas. Nesse ano Tarantino elegeu como melhor filme, Toy Story 3, meio contraditório da parte dele, já que em seus filmes ele preza pelo não uso de tecnologia ou efeitos digitais, sendo Toy Story 3 uma animação toda feita em 3D e exibida em 3D, sua escolha se torna praticamente um apelo a tecnologia bruta!

Ao contrário da lista de Stephen King, Tarantino é mais eclético em suas escolhas, elegendo filmes menos exibidos nos circuitos comerciais, como no caso da 3° e 4° posição, Animal Kingdom e I Am Love. Como bom apreciador da cultura de massa Norte-americana, Quentin sempre elege comédias batidas dos atores da nova geração de comediantes, um exemplo deste costume pode ser notado na 13° posição com o filme, O Pior Trabalho do Mundo, estrelado pelo saturado Russell Brand, que faz o mesmo papel e usa o mesmo figurino em todos os seus filmes.

As melhores escolhas ficam para A rede Social, em 2° posição, e Enter The Void em 10° . O novo filme do diretor Gaspar Noe, ao qual admiro e respeito pela a inovação visual, recebeu o único comentário de todos os longas escolhidos, sobre Enter The Void ele afirmou:
”A melhor cena de créditos do ano...
Talvez a melhor da década.
Uma das melhores da história do cinema!!!”

Reafirmo o que Quentin disse, os créditos inicias do longa são inovadores e psicodélicos , unindo letras em negritos com os letreiros irreverentes da cidade de Toquío. Enfim, algo sublime! Abaixo pode vê-la.


Tarantino não nega gostar do famoso cinema pipoca, trazendo escolhas universais e populares, como: Encontro Explosivo, Atração Perigosa, Kick-Ass, Jackass 3D e Robin Hood. Agora vendo esses filmes, se torna questionável a não escolha do louvável filme de Christopher Nolan, A Origem, sendo uma das estréias do ano mais bem aceitas pela crítica e público, unindo um roteiro inteligente com diversão visual.

Outro questionamento, é sobre o novo filme de sua ex-namorada, Sofia Copplla. O longa em questão é Somewhere, vencedor na categoria de Melhor Filme no Festival de Veneza deste ano, sendo quem presidiu o júri e escolheu o filme como melhor do festival foi o próprio Tarantino, que elogiou incansavelmente Sofia. Essa escolha do prêmio para Somewhere já havia gerado polêmica entre a impresa no festival. Pergunto: Porque Tarantino não colocou o filme na lista? Essa escolha no festival de Veneza foi apenas para agradar os sentimentos de sua Ex ou para causar burburinhos? Vai entender o Tarantino...