27 de fevereiro de 2011

Cinema - Boogie Nights: Prazer Sem Limites

Por: Lucas Sá

Um dos trabalhos mais completos sobre os bastidores do mundo pornográfico sendo dirigido por um dos diretores mais complexos da atualidade, Paul Thomas Anderson. Boogie Nights é um trabalho provacativo para um diretor iniciante como Anderson, que até o momento só havia feito alguns curtas e um único filme. Mas é com Boogie Nights que o nome de Anderson passa a ser reconhecido pela indústria cinematográfica e se estabelece como um dos grandes nomes do cinema atual.

O filme narra o apogeu e declínio de um dos atores mas bem dotado, nos dois sentidos, do universo pornográfico. John Holmes, seu nome real, se tornou um grande ator de filmes adultos por seus nada mais nada menos 33 centímetros peniano! Fato que o consagrou como um "Porn Star" dos anos 70, quase que uma celebridade neste meio rabuscado. Em Boogie Nights, Paul Thomas Anderson absorve essa personalidade pornográfica e cria um roteiro que atravessa cada etapa de sua vida de forma alegórica. Anderson não segue detalhes de forma concreta aos acontecimentos verídicos de John Holmes, ele de certa forma usa da sua imagem para moldar seu roteiro a sua visão, tanto que o nome do personagem que faz Holmes é trocado, talvez por motivos pessoais, para Eddie Adams, interpretado exemplamente por Mark Wahlberg, que agora está fazendo sucesso no indicado ao Oscar, O Vencedor. O roteiro escrito por Anderson é produzido da forma mais clássica possível para contar dados biográficos: inicia com a descoberta, depois o sucesso e em seguida o declínio moral do personagem. Mas o que faz Boogie Nights se diferenciar deste gênero já degastado é forma como Anderson filma estas passagens de tempo e de mudança de caráter de Eddie Adams, que em certo momento passa a ser chamado pelo seu nome artístico, Dirk Diggler. Esse classicismo biográfico do roteiro sofre uma ruptura na medida em é inserido dramas de outras personalidades ligadas a Dirk Diggler, logo o filme não se centra apenas nas conquistas de seu protagonista, mas a todos os que estão ligados a sua pessoa. Nesse sentido, Anderson se apróxima de seu filme seguinte, Magnólia, onde os personagens estão ligados por um fio condutor, mas sendo que cada um tem seus momentos narrativos distintos. Em Boogie Nights essa característica é menos intensa, que de certo modo foi uma experimentação para Magnólia, sendo uma forma de se desapegar indiretamente aos desejos do protagonista e rondar os sentimentos e medos dos que estão próximos a ele, como o que ocorre com Amber Waves, personagem de Julianne Moore, onde ela perde a guarda de sua filha por conta de seu envolvimento com drogas e com a indústria pornô. Assim Anderson implementa várias subtramas que enriquecem a carga dramática, fazendo com que os figurantes não sejam "menores" do que o protagonista.

Em relação aos trabalhos seguintes de Paul Thomas Anderson, Boogie Nights é o seu filme menos conceitual. Magnólia e Sangue Negro são filmes que mantém uma linha mais realista e que se aproximam a algo mais intimistas, mesmo que esse realismo seja testado de forma excepcional em uma das sequências finais de Magnólia, a famosa chuva de... Boogie Nights talvez tenha sido menos introspectivo racionalmente devido ser um filme de iniciação de Anderson, logo ele se tornou mais aceito por parte do público e crítica, que elevaram o nome de Anderson ao estrelato, assim como seu protagonista, Dirk Diggler com seus centímetros de ouro. O ritmo fílmico é outro fator que o diferência dos demais filme de Anderson. Os cortes em Boogie Nights são acelerados e alegóricos, implementados por elementos dos anos 70, como placas em neon roxo e fotos em polaróides, mas nem sempre essa esquizofrenia na edição permanece, já que esses cortes rítmicos são alternados por longas cenas em plano sequência, sendo estas as mais belas do longa, exemplo disso, é a cena inicial, ao qual somos apresentados a uma grande placa de neon escrito "Boogie Nights", onde em seguida a câmera viaja pela rua escura e suja e logo adentra em um bar que toca "Disco Music" em alto volume, assim somos apresentados em uma única cena a quase todos os personagens da trama.

A representação de décadas anteriores é constantes nos filmes, mas poucos conseguem passar o espírito e a aurea real desses tempos. O que torna Boogie Nights mais agradável de ser visto sem se dar conta do cansaço de ficar sentado ao longo de duas horas e meia de projeção é justamente o seu visual. A estética usada para representar os anos 70, e o ínicio dos anos 80, é deslumbrante, fazendo com que o espectador se sinta imerso neste ambiente de calça boca de sino e de cores exuberantes a todo instante. O figurino é autêntico, nada muito gratuito como alguns filmes que se dizem se passar nos anos 70, como o ainda inédito, Take Me Home Tonight, pelo trailer do mesmo já se tem a noção de que o estilo da época não é respeitado, se tornando uma representação fajuta, que mixa o atual com o retrô, e que acaba confundindo os tempos. Uma das personagens de maior simbolismo deste período no longa é a Rollergirl ( Heather Graham ), que em todas as suas aparições está usando patins de quatro rodas acompanhados de curtos shorts jeans. Outro aspecto que fortalece este clima retrô é a trilha sonora. Poucas passagens em Boogie Nights utilizam do som de cena sem a auxilio da trilha, é ela que molda o ritmo do filme juntamente com os cortes acelerados, com músicas como, God Only Knows (The Beach Boys) e Best of My Love (The Emotions).

Além de ser um material interessante sobre os bastidores do universo pornográfico, Boogie Nights, acaba se tornando uma forma válida de analisar a relação do cinema com as novas tecnologias, como na passagem da película para o vídeo cassete, onde o mais barato se torna mais rentável, sobretudo no meio pormô, mesmo que este tenha menos qualidade estética.

* Outro filme que utiliza a vida de John Holmes como argumento fílmico é Wonderland. Nele a vida pornográfica de Holmes é deixada de lado para narrar o crime em que se envolveu quando passou a se viciar em drogas. Val Kilmer interpreta o astro pornô.


15 de fevereiro de 2011

Música - FEVER RAY, o som das entranhas




Por: Lucas Sá

Com apenas um cd lançado, e talvez o último, o projeto solo chamado Fever Ray é grandioso. Composto por Karin Dreijer, uma dos dois integrantes da famosa banda sueca eletrônica The Knife. Karin Dreijer e seu irmão, Olof Dreijer, que desde 2001 estiveram juntos na banda The Knife, resolveram em 2008 se afastarem por um tempo da sua já prestigiada banda para ambos se envolverem em projetos paralelos em outros campos diversos. Karin Dreijer então resolve lançar Fever Ray, que é misto de suas experiências pessoais com alusão ao um mundo místico criado esteticamente.

"Febre do Raio", está é a tradução mais semelhante para o nome que comporta essa vivência solo da cantora Karin Dreijer. Este nome sintetiza de forma precisa a proposta dessa nova fase musical da artista. As melodias do álbum nos remetem a algo da natureza, retirado das entranhas das florestas, se afastando do high tecno e da modernidade sinfônica de seus trabalhos anteriores. Em Fever Ray, as nossas origens se revelam de forma sonora, nos levando a acreditar que a música feita tem um estado sinestésico. O uso de sons ambientes e de vozes graves ao longo das faixas é um exemplo deste efeito sinestésico que persiste durante todo o cd. Essas vozes graves se aproximam de rituais indígenas, reforçando assim, o tom naturalista e tribal da obra. Isso é percebido de forma ampla na primeira faixa do cd, If I Had A Heart. Outra vertente que se percebe durante a projeção é a fixação de uma transportação do ouvinte a um ambiente dark e por vezes depressivo, onde as memórias e os dramas são relembrados. Na faixa, Keep The Streets Empty For Me, que sem muitos esforços se revela a melhor do álbum em sua intenção, a de sinestesia, se mostra bastante ligada a essa questão das lembranças e memórias, como no trecho:


" Memórias vêm quando são antigas
Eu nunca sou a primeira a saber
Seguindo a correnteza que leva ao norte
Onde pessoas como nós flutuam "

" Há lugar em meu colo
Para hematomas, glúteos e palmas da mão
Eu jamais desaparecerei
Estarei aqui para sempre "


As letras compostas pela própria Karin Dreijer têm um comportamento intimista, exprimindo fatos e lugares momentâneos que dificultam o raciocínio convencional do ouvinte. Neste ponto, as composições de Fever Ray se revelam de certa forma surrealistas, intensificando assim, o estado de imersão. As imagens imaginárias são também características intensas nas letras. Karin Dreijer utiliza lugares e palavras constantes que nos remete ao clima frio e solitário dos campos da Suécia, país natal da cantora. Palavras como; neve, gelo, água, musgo, mar e floresta, são usadas praticamente em todas as faixas. Esses elementos naturais fazem parte deste clima sueco, o que afeta de forma impreterível as intenções e composições de Fever Ray. As influências do álbum vão desde as músicas indígenas e passa até mesmo pelo cinema. Essa inspiração cinematográfica é visível principalmente no caráter surreal das músicas, onde em entrevistas, Karin falou que uma de suas influências primárias são os filmes do diretor David Lynch. Nada mais coerente do que tal afirmação, já que Lynch e seus filmes são intimamente ligados a um universo paralelo e esquizofrênico que se mantêm sempre de forma complexa por meio de imagens e cenas desconexas. Outra e inusitada influência revelada é a série televisiva Miami Vice, onde Karin Dreijer afirmou ser uma forma de " referência cultural ". A banda Fugazi e o cantor Mike Patton também serviram de inspiração para o álbum.

O som não é o único a ser explorado em Fever Ray, logo o VISUAL é um elemento de impacto e que acaba se tornando inseparável do conjunto complexo formado por Karin Dreijer. O artista, Andreas Nilsson, que já trabalhou com MGMT e Moby, esteve junto com a cantora desde sua banda, The Knife, dirigindo vários clipes. Mas em Fever Ray, Andreas Nilsson e Karin, se uniram para formular uma certa imagem incógnita da pessoa por trás das vozes da '' floresta ''. Assim, ambos criaram uma figura que não se apresenta de forma real, optando pelo uso de máscaras rústicas, desenhos corporais e pele pálida. Nos clipes das faixas When I Grow Up e If I Had A Heart esses apetrexos são usados em determinadas cenas, afirmando a temática indígena e a aproximação com os elementos naturais, água, neve, vento e madeira. Os vídeos musicais não são apenas para promover o produto, mas são uma forma de complementação da música, fazendo com que as imagens que estão presentes nas letras sejam materializadas. Assim, Fever Ray se torna um conjunto audiovisual, onde o áudio e o visual se completam por si, para criar um universo paralelo. Neste sentido, Karin Dreijer, não se manifesta como a cantora ou porta-voz das músicas, mas como um corpo performático que transporta essas melodias e vozes, anulando a imagem de um artista protagonista.



A respeito da nova sonoridade e letras, Fever Ray se afasta quase que por completo de The Knife (a nao ser por alguns timbres de voz). Os toques eletrônicos usadas nas composições das músicas de The Knife são amenizados no novo projeto, afirmando a busca pela neutralidade sonora que Karin Dreijer desejava. Mas ainda assim, restam vestígios da influência eletrônica nas músicas de Fever Ray, que podem ser percebidas em quase todas as faixas, mas sempre de forma suave, como em: Dry And Dusty e Seven. Essa distância em relação a banda The Knife pode ser percebida também no vocal. A voz de Karin Dreijer durante as canções é aguda e tremula, se revelando quase como ruídos fanhos, sendo que por vezes é alternada por passagens em que sua voz é distorcida digitalmente, se tornando grave e máscula. Nas faixas, Concrete Walls e If I Had A Heart, essa voz máscula e extremamente estranha atua como elemento para manter um tom obscuro e denso.

Essa irreverência artística fez com que Fever Ray fosse eleita pelo site Dummymag.com a artista do ano, em 2009, e no ano seguinte ganhou um prêmio pelo álbum na celebração do P3 Guld, uma premiação da rádio pública sueca. Mas o fato que foi deveras interessante no P3 Guld é que Fever Ray (Karin Dreijer) recebeu o prêmio de modo, digamos, bizarro. Ela estava com um véu vermelho sob o rosto, mas quando foi agradecer ao o público pelo o prêmio ela o levantou... E o que se viu foi um ser estranho que parece ter saído de algum filme B alienígena. Isso afirma a posição de Karin Dreijer sob o artista em Fever Ray, não é o cantor ou o artista o centro do projeto, e sim a música! Não foi Karin que recebeu o prêmio, mas sim todo o universo experimental de FEVER RAY!

11 de fevereiro de 2011

Cinema - GUINEA PIG: Devil's Experiment

Por: Lucas Sá

Subintitulado sugestivamente de, Devil's Experiment, este filme consegue provar o quão o cinema tem o poder de provocar e realçar sentimentos de repulsa (e porque não de admiração?) em nossos preciosos OLHOS.

Guinea Pig é um filme japonês lançado em 1985. Na verdade não posso nem concordar ou afirmar que Guinea Pig é um filme propriamente dito. Sua curta duração, 43 minutos, o enquadra nos chamados média-metragens, e sua filmagem é em vídeo digital, o que não o ajuda neste sentido. Mas posso afirmar com absoluta certeza que estes 43 minutos foram um dos mais massivos e angustiantes que já vi em uma tela. O filme (ou não-filme) é um show de gore e bizarrices do início ao fim, tudo é mostrado e escancarado ao espectadores sem nnenhum mínimo de pudor ou carência. Está proposta é que faz Guinea Pig entrar em inúmeras listas de filmes mais insanos do cinema. Todo este auvoroso sobre o filme, o tornou quase que um mito entre os amantes deste tipo de gênero, no caso "eu". Muitos acreditaram por anos que as imagens vistas no vídeo são reais, sendo chamado até de Snuff Movie, que nada mais é que uma sessão de tortura e assassinato de verdade na frente das câmeras. Claro que o filme não é bem isso, mas chega bem próximo! Os Snuffs Movie fazem parte de um subgênero do horror que pouco se tem informações, não existe nada concreto sobre essa feição alegórica do macabro, mas se sabe que existem diferenças entre um Snuff e um assassinato filmado. Nesse tipo de filme os atores sabem que vão morrer e estes mesmos se protificam a se sacrificar pela, digamos, arte?! Um filme que explorou bem esse universo utópico sobre os Snuffs foi o ótimo, Tesis, do também talentoso, Alejandro Amenábar (Mar Adentro e Os Outros). Enfim, para a tristeza de uns e felicidade de outros, Guinea Pig não se trata de um Snuff Movie, mas então o que seria ele afinal, já que nem uma sinopse concreta o filme pode ter? Não sei me expresar muito bem sobre isso, talvez seja experimental... só sei que não é nada divertido (para alguns).

A Pseudo-sinopse, uma mulher é sequestrada e submetida a várias torturas fisícas, é prova de que Guine Pig não é só um filme violento, mas de certa forma revolucionário. A filmagem é executada da forma mais crua possível, se assemelhando ao filme do post anterior, Redacted, além dá ausância de um roteiro fixo. Pode se dizer que o filme foi feito por idéias predeterminadas, no caso, raciocínios mínimos de torturas elaboradas, tanto para a personagem que não se indentifica em momento algum, quanto para o espectador. Não é só está mulher que sofre, há momentos em que a câmera se posiciona na visão da personagem modelo, fazendo com nos coloque na posição dela, e que posição!!! Exemplo disso, é a cena em que a amarram em uma cadeira e começam a girá-la ininterruptamente. A ausência de falas foi outro recurso obviamente utilizado para aumenta a veracidade das cenas, sem isso, provavelmente esse fajuto realismo se tornaria frágil, já que os atores nem de longe parecem profissionais. Outro fator que intensifica este teor vanguardista, é a não implementação de nenhum tipo de crédito ou colaboração ao longo da projeção. Não tem diretor, produtor, ator, roteirista, figurino, trilha... não se tem nada! Guinea Pig é um filme de ninguém, para ninguém, ou apenas para um seleto grupo... Os de estômago forte!

Depois de alguns anos do lançamento desta bizarrice é que foram descobrir os responsáveis por tal proeza. Na verdade, Guinea Pig não passou de uma experiência de um grupo de estudantes de cinema para testar novas formas de se fazer maquiagens e efeitos especiais, testes que lhes renderam muito dinheiro e que no momento já tem 8 partes da série! Quase um Sexta Feira 13 da vida! A rumores de que esses estudantes, inclusive o diretor, Satoru Ogura, foram presos até provarem que não mataram e espancaram a moça. Satoru Ogura, pra se safar desta tranqueira, mostrou a polícia o making off das filmagens. Algo bem semelhante ao que aconteceu com o também bizarro, Cannibal Holocaust. Este making off acabou gerando um documentário chamado, Meikingu obu Za ginipiggu (Making off Guinea Pig), onde o diretor revelou tudo sobre os efeitos, atores e a idéia original. Outra história que contam por ai, foi que o ator Charlie Sheen, o Charlie de Two and a Half Men, viu o filme e ficou extremamente pertubado, fazendo com denunciasse imediatamente Guinea Pig para a autoritária empresa de controle de censura norte-americana, a MPAA ( entidade que é massacrada no documentário, Este Filme Ainda Não Foi Classificado ). Sendo assim, o filme passou mais uma vez por constrangimentos. Agora o caso mais sério do que os dois já citados, envolvendo até FBI, foi quando quando encontraram uma das oito partes da série na casa do serial killer japonês, Tsutomu Miyazaki, que estrupou, matou e comeu quatro crianças do sexo feminino.

Tapas, vermes, óleo quente, tripas, apertões na pele com alicates. Tudo isso faz parte do universo criado por estes estudantes de cinema há 26 anos atrás. Guinea Pig é uma aula sobre o cinema independente e sobretudo de efeitos especiais, que em meio a tanto sangue e gritos ainda tem espaço até para uma metáfora visual. Em sua cena final um olho é atravessado por uma agulha, que sintetiza nada mais que nossa própria visão sem estrupada por imagens de puro terror.

10 de fevereiro de 2011

Cinema - Redacted: Guerra Sem Cortes

Por: Lucas Sá

Redacted talvez seja o filme mais deslocado da filmografia de Brian de Palma. Tanto pela sua linguagem como também pela sua temática. Redacted é uma visão crua e direta sobre as carnificinas e problemáticas que o EUA tenta omitir para sua grande e imperialista nação, o povo norte-americano.

Brian de Palma que no início de sua carrera dirigiu filmes que tinha um grande teor de humor negro, mas que em suas vertentes se encontravam rastros e até discursos sobre a guerra do viatnã, como nos filmes, Saudações ( lançado aqui no Brasil pela Lume Filmes) e Hi, Mom!. De Palma nesses dois filmes discute de forma bem humorada questões traumáticas para os norte-americanos. Esses são filmes que não condizem com o que o diretor se impõe a fazer em seguida. De Palma deixa de lado as inquietudes da guerra e passa a fazer suspenses que envolvem, assassinatos, travestismo e traumas infantis. Seguindo mais um pouco adiante temos outra temática explorada por De Palma, os filmes de Gângsters. Esta é a vertente mais conhecida pelo grande público, entre estes filmes temos os imaculados: Scarface, Os Intocáveis e O Pagamento Final. Retornando ao seu antigo gênero, sendo desta vez mais verítico e menos sarcástico, Brian de Palma lança em 1989 seu filme propriamente dito de " guerra ", Pecados de Guerra.

Nesta linha artística dos filmes do diretor, já se tem uma visão dos campos explorados por Brian de Palma, e que podem ser divididos em três seguimentos temáticos: A Guerra, O Suspense, e os Gângsters. Mas foi em Pecados de Guerra que De Palma se apróxima de de seu último filme, Redacted: Guerra sem Cortes. Grande parte do roteiro e situações de Pecados de Guerra é implementado em Redacted, como a mudança de comportamento por parte dos soldados à medida em que estes estão longe de suas leis e de seus rasos aparatos sociais. A grande diferença entre ambos os filmes, é que Redacted é filmado de forma a se aproximar da real angústia da guerra. Fotografia, atores conhecidos e imagem perfeita... Estes recursos De Palma deixa totalmente de lado, com a intenção de se apegar da melhor forma aos sentimentos naturais. Logo ele que é fomoso por seu belos planos sensuais e por usar atores excepcionais, como: Al Pacino, Robert De Niro, Sean Penn, Tom Cruise... A lista é gigantesca. Essa opção de descartar atores já conhecidos pelo público é uma forma de o espectador não utilizar seu conhecimento cinematrográfico para assemelhar o ator com seus papéis anteriores, isso só iria diminuir a proposta realista de De Palma, fazendo com que o filme se moldasse a este suposto herói de guerra. Redacted não se foca em um ou outro personagem, logo, não se pode afirmar que tenha um protagonista. No filme todos tem os seus momentos, mas sempre guiados por um fio narrativo criado pelo cinegrafista amador. A câmera e o cinegrafista se fixam no lugar do roteiro. De Palma chega até a colocar o nome deste cinegrafista/soldado nos crétitos iniciais como diretor da obra.

Para quem está lendo e não viu o filme, deve está meio confuso o que escrevi. Acontece que Redacted é filmado como um documentário real, no estilo de filmes como, Cannibal Holocaust e A Bruxa de Blair. Como disse, De Palma opta por este recurso para realçar a veracidade das imagens, utilizando parte da idéia usada em seu suspense, Olhos de Serpente, a qual a trama gira em torno de solucionar um crime atráves de um vídeo caseiro gravado por câmeras de tv em um ringue de box. Mas Redacted não tende a usar isto como um forma de " estilo ". Na verdade por parte de De Palma ele usaria imagens reais da guerra, pegando vídeos da internet, reportagens e de noticiários, mas seus agentes acharam melhor não fazer desta forma, pois trariam sérios problemas na questão de direitos autorais além de poder receber ameaças terroristas. Estes impasses, fizeram com que De Palma optasse por uma forma de representação do que ele havia visto em tapes e vídeos, sendo estes, realmente verídicos. Logo, Redacted não é uma representação baseada totalmente na ficção, ela traz consigo acontecimento e situações que aconteceram, mas que não puderam tomar grande espaço na mídia por parte dos governos. Claro! ninguém quer suja a imagem de sua própria bandeira de sangue.

7 de fevereiro de 2011

Filmes que vimos essa semana que você deveria ver, ou NÃO!

Por: Lucas Sá, Airton Rener e Luca Abreu

Cisne Negro - 2010 (Nota 10)
Dir: Darren Aronofsky
Darren faz seu segundo melhor filme. Em Primeiro considero Requiém Para Um Sonho. O filme se mantêm como uma fusão de todos os campos e estilos que Darren passou desde o início de sua carreira premiada. Cisne Negro mostra todo o poder que este incrível diretor tem em mãos. Assim como em O Lutador, Darren revela o lado da expressão física e mental como forma de degradação do homem. Isso é relevante principalmente na atuação de Natalie Portman, onde em cada cena de dança podemos ver em seu rosto o seu sofrimento, sua dor. O filme que foi vendido como drama, por minha surpresa, se revela como um ótimo horror psicológico, que por vezes me faz lembrar cenas de filmes dos anos 70/80, numa espécie de drama trash. Além de se assemelhar ao estilo de Stanley Kubrick em, O Iluminado. - Lucas Sá

Teorema - 1968
(Nota 5,0)
Dir: Pier Paolo Pasolini
Vi o filme por ter achado em um sebo o livro de origem. Tanto o livro quanto o filme foram dirigidos pelo pervertido Pasolini. Teorema revela a fragilidade da ilusão que temos das famílias contemporâneas, mas esta no caso, é uma burguesa. A medida que " O Hóspede " corrompe sexualmente cada integrante da tradicional família milanesa, passando desde a criada até o filho, esta revela cada vez mais seu desequilibro que antes era invisível. Lendo o livro, Pasolini nos dá mais chances de se envolver com as ações, já no filme é o oposto, ele nos afasta da realidade proposta, isso se deve, a falta de informações básicas para se compreender as intenções de Pasolini. Se não tivesse lido o livro, provavelmente teria parado de ver aos 30 minutos. E aqui, o erotismo é quase nulo, pena, já que essa é a melhor qualidade do diretor. - Lucas Sá


Aniversário Macabro - 1972 (Nota 5,0)
Dir: Wes Craven
Muitos comentam sobre o alto teor de violência deste que foi o primeiro filme de Wes Craven. Acho que todo esse fala-fala sobre as cenas polêmicas do longa, me deixaram com uma espectativa de ver algo que ainda não tinha visto. Bom, eu me enganei. A violência gráfica de Aniversário Macabro é convencional, um horror cru. Tenho quase que certeza que filmes de anos anteriores foram mais violentos. Mas enfim... O filme é bastante divertido e com uma ótimo trilha sonora, que ajuda no tom dramático das cenas de tortura. O humor negro é presença constante, e sem dúvidas já se revela como um dos dons de Craven, sem ele, A Hora do Pesadelo e Pânico 1,2,3 e agora o 4, não seriam nada! - Lucas Sá



Clube da Luta - 1999
(Nota 9,0)
Dir: David Fincher
Obra máxima de David Fincher. Atuações incríveis e roteiro original. Clube da Luta é uma viagem através da loucura gerada pelo capitalismo moderno, uma ótima análise sobre o comportamento humano. Fincher abusa de efeitos especiais, que não caem no ridículo, aliados a uma fotografia escura, mas bela. Brad Pitt, Edward Norton e principalmente Helena Bonham Carter, juntos, completam a obra com atuações invejáveis. Destaque para a cena final... e para a surpresinha que vem logo em seguida! - Lucas Sá




Disque M para Matar - 1954 (Nota 8,0)
Dir: Alfred Hitchcock
Será que encontramos a fórmula para o crime perfeito? Este é um dos mais renomados filmes de Hitchcock. O filme quase que 90% se passa dentro de um apartamento cenográfico, e nem por isso o ritmo do filme é quebrado. Para isso Hitchcock usou diálogos afiadíssimos que não param de nos surpreender com revelações constantes. As reviravoltas no filme são inúmeras, e fazem com que o espectador permaneça vidrado em cada fala de Grace Kelly e Ray Milland. A perda de um detalhe da trama é fatal para o entendimento completo da obra, que por sinal é bem complexa. Disque M para Matar foi um dos pioneiros na tecnologia 3D, isso em 1954! O filme se mostra em uma espécie de teatro filmado, sobrepondo ainda mais o seu charme clássico. - Lucas Sá


As Viagens de Gulliver - 2010 (Nota 2,0)
Dir: Rob Letterman
Um dos filmes mais babacas que já vi. Confirmo o que meu amigo Airton disse: " Nem as crianças da sala tavam rindo do filme! ". Este é um ótimo exemplo do dinheiro jogado fora que poderia servir para outras obras. Jack Black está em sua pior performace, senti vergonha por ele, e ainda pior, ele é um dos produtores do filme! As piadas são gratuitas e as ações ocorrem tão rápidas que o filme se perde em meio a tanta idiotice. Tenho certeza que Emily Blunt se arrependeu de ter participado desta escória. E pra fechar com chave de ouro! O filme tem uma das cenas de dança mas escrotas que já vi. Ainda bem que não perdi mais dinheiro vendo em 3D! - Lucas Sá


O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel (Nota 7,0)
Dir: Peter Jackson
Depois de tanto tempo finalmente tive a oportunidade de assistir a trilogia "O Senhor dos Anéis". Todo mundo me dizia; "Você ainda não assistiu O Senhor dos Anéis ? Não sabe o que está perdendo...". Pois é! Essa semana aproveitei pra assistir os 3 filmes e tenho certeza que não tinha perdido nada, ou melhor, fiz foi perder o meu "PRECIOOSO" tempo. Apesar de uma super produção com bons efeitos especiais, figurinos de primeira e ótimos cenários, o filme não me agradou muito. "A Sociedade do Anel" faz uma pequena e rápida introdução sobre a Terra-Média e o mistério do anel no qual Frodo (personagem do bem!) com a proteção de seus amigos, terá que leva-lo no lugar onde o anel foi forjado para destruí-lo antes que caia em mãos erradas. Enfim, achei o filme muito massante e sem nada de surpreendedor. Talvez seja lá essas coisas para quem assistiu na época. - Airton Rener


O Senhor dos Anéis - As Duas Torres (Nota 7,5)
Dir: Peter Jackson
O segundo filme da trilogia é menos chato que o primeiro e mais legalzinho. No filme "As Duas Torres", Frodo e Sam seguem sua missão sozinhos sem a proteção da sociedade do anel enquanto Saruman, aliado ao eixo do mal, prepara seu poderoso exército para atacar. Embora o filme seja mais divertido, ele não escapa dos clichês do gênero como a volta de Gandalf que supostamente havia morrido numa batalha do filme anterior que em nenhum momento me deixou surpreendido. O filme conta com mais dramaticidade que o primeiro, o que eu achei particularmente muito forçado, em nenhum momento me emocionei com o filme, fiz ri até. O que sinceramente gostei, foram as batalhas e a presença de Sméagol, um personagem estranho e ao mesmo tempo dualista que ainda foi mal aproveitado no segundo filme da trilogia. - Airton Rener




A Estrada
- 2009 (Nota 7,0)
Dir: John Hillcoat
Filme com Viggo Mortensen, o eterno Aragorn, uhsauhsusha não é um filme de ação...diria que é mais um drama. Ambientado em um mundo pós apocalíptico Viggo e o seu filhinho(um guri que mais parece uma nota de 3 reais de tão "boa" a atuação) tem de tentar sobreviver em meio à canibais e doenças. Gostei muito do final do filme...não é surpreendente, mas é um final bom. - Luca Abreu

Cinema - THE LORDS OF SALEM Novo filme de Rob Zombie


Por: Lucas Sá

O versátil músico e diretor de cinema, Rob Zombie, anunciou seu novo filme! The Lords of Salem. Zombie, que de certa forma estava indeciso sobre seu próximo filme, escolheu este como seu retorno. O nome do longa lembra títulos de grandiosos épicos mediavais, mas não é. The Lords Of Salem narrará a história de bruxas, de Salem lógico, que retornam de suas tumbas para se vingar quando uma jovem DJ toca um disco almaldiçoado em um festa.

Bom, pela sinopse Zombie tende a cair no banal. Espero que ele faça algo na linha de Rejeitados pelo Diabo, sem dúvidas o seu melhor filme. Pelo o que vi em Halloween I e II, Zombie se deixou levar pelo convencional, mas sempre colocando referências de filme que fizeram sua escola. Como em Halloween II, onde as protagonistas usam as fantasias do excelente musical/trash, The Rocky Horror Picture Show, que para mim foi a melhor homenagem que ele fez em todos os seus trabalhos, está também é a melhor cena do longa, porque o resto pode ser jogado fora. The Lords of Salem, creio eu, vai se apegar ao estilo de seu segundo longa, o já comentado, Rejeitados pelo Diabo. Nele, mesmo imitando o estilo do mestre Tarantino, Zombie conseguiu fazer algo novo e com um dos finais mais memoráveis do cinema. Com tantas críticas duras aos seus recentes trabalhos, Zombie deverá se render, e voltar o que havia conquistado em A Casa dos 1000 Corpos e em seu grande filme, Rejeitados pelo Diabo. Não penso que ele será um diretor de um único filme só, digo no sentido de ser lembrados.

Com notícias e mais notícias de que ele faria mais uma refilmagem, A Bolha Assassina, eu até havia me desanimado, esperando mais um Halloween da vida, ainda bem que ele voltou atrás e vai escrever e dirigir The Lords of Salem, que aliás, é o nome de uma das músicas do seu cd, Educated Horses. Pelo clipe da música, em forma de animação, pode se ter uma idéia do que Zombie pretende explorar. Falando em animação, Zombie fez um longa deste estilo, chamado: The Haunted World of El Superbeasto. O filme é pouco conhecido aqui no Brasil, e tem um tom satírico (hard), e como sempre, cheio de referências a grandes clássicos do horror, sendo a melhor delas, uma cena musical sobre Carrie - A Estranha. El Superbeasto é uma espécie de mistura dos desenhos, Mucha Luch a e Family Guy.

O elenco de The Lords of Salem ainda não foi divulgado, mas sem pensar duas vezes, tenho quase que certeza que sua mulher, a incrível Sheri Moon Zombie, estará no elenco. Grande parte do charme e humor negro dos filmes de Zombie são atribuidos pela atuação escrota de Sheri Moon, que está em todos ( TODOS) os seus filmes, e que já se tornou uma musa do horror moderno.

O filme é mais um dos projetos da empresa, Haunted Films, criada pelos realizadores de Atividade Paranormal (ficaram ricos né ?). Este já é o terceiro longa produzido pela empresa, sendo também financiadores dos inéditos: Insidious, do diretor James Wan de Jogos Mortais. E The Bay, de Barry Levinson. As filmagens iniciam e terminam entre março e abril, e será produzido pelos fiéis parceiros de zombie desde A casa do 1000 Corpos. Blum, Peli, Schneider e Andy Gould.

4 de fevereiro de 2011

Música - Shaman

Por: Luca Abreu

Quem nunca ouviu a famosa "Fairy Tale"? Aquela que foi tema de novela! Pois é, banda que fez parte da minha adolescência(sim eles são velhos ahahaha), na verdade o Shaman sempre foi considerado uma cria do Angra. Até porque 3 dos integrantes da formação clássica do Angra se encontravam nesta banda. Isso não diminui a importância que esta banda teve no cenário heavy metal tupiniquim. A banda contava com músicos excelentes, não que eu esteja desmerecendo os da formação atual, mas o Shaman alcançou o auge da sua boa forma nos seus 3 primeiros álbuns:
- Ritual
- RituAlive
- Reason
O RituAlive, como o próprio nome sugere, foi ao vivo. Sem dúvidas, um dos melhores shows que eu já assisti. Com convidados do naipe de Andi Derris, Tobias Sammet etc. André Matos dispensa comentários sobre a sua perfomance que ,na minha opinião, também se encontrava no seu auge. Luís Mariutti se mostra como sempre competente até o último fio de barba, apesar de nessa época já ser possível notar o cansaço e a falta de linhas de baixo mais elaboradas que sempre foram a sua marca no Angra. Mesmo assim, ele faz-se presente o tempo todo, junto ao seu irmão Hugo Mariutti. Hugo sendo somente ele como guitarrista, detona nas bases e solos se mostrando um guitarrista com performance e bom gosto invejáveis. Confessori também desempenha bem a sua função, tendo direito até à um solo de bateria no dvd.
Depois deste primeiro álbum excelente e com uma aceitação muito boa por parte do público, a banda entra em estúdio e grava "Reason" que mostra a banda em uma vibe mais pesada. Hugo Mariutti em entrevista à guitar player chegou à falar que usou cordas G .40 de contra-baixo nas guitarras. O que, claramente, deu mais peso às bases. Mas em relação ao "Ritual", este álbum pode ser considerado mais fraquinho. Mas traz canções boas, como a música título e "Innocence". Depois deste álbum houveram desentendimentos, brigas e a banda se separou, os boatos falam de desvio de dinheiro, mas aí eu não sei...
Após isso, o Shaman ficou na geladeira algum tempo. Mas em 2007, a banda volta com novos membros: Thiago Bianchi(Karma) nos vocais, Fernando Quesada no baixo e Léo Mancini na guitarra(Tempestt). Será que esta formação estaria à altura da original? Então lançaram o "Immortal" com músicas enérgicas e pesadas, o baixo se mostra muito presente neste álbum. Léo manda riffs muito legais e solos inspirados, Thiago Bianchi mostra todo o seu potencial... aí que está o problema. Thiago é um vocalista incrível, na minha opinião, porém às vezes ele floreia demais as músicas. Já acompanhava o trabalho dele no Karma e o cara realmente canta muito, mas o único porém dele, é esse. O resto da banda se mostra muito coesa e em um clima muito bom, algumas músicas que merecem ser escutadas é "Inside Chains" e "Never Yeld".
Depois deste álbum houve quem atirou pedras(e foram muitas) e houve quem tenha gostado. Hoje, escutando o "Immortal" eu o considero um álbum interessante que cumpre a sua proposta em relação ao que promete, apesar do "porém" mencionado acima. Ano passado a banda lançou material novo, o qual se chama "Origins" e como o próprio nome sugere, prometia um resgate do Shaman antigo. Mas eu não posso discorrer sobre este disco, até porque eu ainda nem o ouvi. Talvez futuramente ele venha à se tornar tema de algum post por aqui ahaha Mas se querem saber, amigos. Acho difícil o novo Shaman conseguir produzir clássicos que consigam se equiparar à "Fairy Tale" ou "For Tomorrow". Muito coisa mudou e é inegável a diferença entre o nível e a experiência dos músicos da primeira formação e desta atual. Porém, continua sendo uma banda interessante!

Discografia:
Albuns de Estúdio
- Ritual (2002)
- Reason (2005)
- Immortal (2007)
- Origins (2010)
Albuns ao Vivo
- RituAlive (2003)
- Anime Alive (2009)

1 de fevereiro de 2011

Música - Falkenbach - Tiurida(2011)


Por: Luca Abreu

Fazer esta curta prequela, porque fui pego de surpresa por esse lançamento que eu acabei meio que me esquecendo. Mais um álbum do Falkenbach!! E eu dei esse vacilo de ainda nem sequer ter ouvido!!! Vou postar o track list e uma música do novo álbum do grande músico Vratyas Vakyas, breve eu faço a análise do álbum completa:

01. Intro
02. ...Where His Ravens Fly...
03. Time Between Dog And Wolf
04. Tanfana
05. Runes Shall You Know
06. In Flames
07. Sunnavend
08. Asaland (Bonustrack)




Música - Megadeth - Endgame(2009)



Esse álbum marca o retorno de uma banda que à um tempinho não lançava um trabalho efetivamente bom. Talvez tenha sido a entrada do novo guitarrista(Chris Brodderick) que tenha dado uma nova vida à banda. Bom, pra quem não gosta dos vocais anasalados de Mustaine este disco continuará sendo a mesma coisa enfadonha de sempre. Mas pra mim e para um punhado de fãns da banda, este álbum significou que o Megadeth ainda está vivo e ainda tem potencial para produzir muitos clássicos. O disco começa com o instrumental mais legal desde "Into the Lungs Of Hell", chamado "Dialetic Chaos" que solos dobrados, bases pulsantes e todas aquelas características marcantes de instrumentais deste gênero musical. Penso que se David Eleffson tivesse chegado à gravar os baixos, aí sim eu não escutaria esse disco com aquela sensação de que está faltando alguma coisa. Não desmerecendo o trabalho de James Lomenzo, mas Eleffson com certeza é a alma da banda!
Voltando ao álbum, depois temos a ótima "This Day We Fight!", que conta com um trabalho primoroso na construção de riffs e ligados. Chris Brodderick sem dúvida foi o substituto certo. O disco também conta com outras faixas que prometem virar verdadeiros hits entre os fãns: "Bite The Hand", "Head Crusher", "The Right To Go Insane", "Bodies" são algumas das quais eu mais me familiarizei, talvez por trazer um pouco do Megadeth antigo. A timbragem dos instrumentos também está muito boa. Só consigo ficar feliz por uma das minhas bandas preferidas conseguir lançar um disco como esse, que na altura do campeonato já é um feito e tanto. Ah, não poderia encerrar a resenha sem falar da balada mezzo "The Hardest Part to Letting Go...Sealed with a Kiss", que apesar de meio enfadonha apresenta uma estrutura bacana...mas mesmo assim seria melhor não tê-la incluído no álbum. O track list é o seguinte:

1. “Dialectic Chaos”
2. “This Day We Fight!”
3. “44 Minutes”
4. “1,320″
5. “Bite The Hand That Feeds”
6. “Bodies Left Behind”
7. “Endgame”
8. “The Hardest Part Of Letting Go… Sealed With A Kiss”
9. “Headcrusher”
10. “How the Story Ends”
11. “Nothing Left To Lose”



Bom, até a próxima pessoal!

Cinema - Novo filme da franquia Alien



Faz um tempinho que eu venho acompanhando esta novela... Chegaram já ao cúmulo de cancelar o filme!! Mas agora parece que Ridley Scott(Alien - O Oitavo Passageiro) finalmente entrou em acordo com os executivos da 20th Century Fox(ah, pra quem não sabe, o filme havia sido cancelado porque Scott queria Noomi Rapace como protagonista e a Fox queria Charlize Theron). Depois de alguns dias, finalmente, houve acordo entre as partes e Noomi Rapace será a protagonista e parece que Angelina Jolie ou Charlize Theron poderão participar do longa também. Com esse vai e vem também ocorreram mudanças até no roteiro e no título do filme que agora se chama "Prometheus"(????), por quê Prometeus?? Gostaria de saber o porque. Aí vai um pequeno resuminho da história do filme: O filme se passa no ano de 2085, quando a Corporação Yutani se junta à Corporação Weyland para discutir Terradormação, nome do processo de alteração da atmosfera e ecossistema a nível planetário, de forma a dar lugar a vida humana.
Assim como eu, creio que vocês tenham achado meio vago esse "resumo" . Pois bem, começo a ter um certo medo do que pode vir por aí. O filme seria uma prequela de Alien, mas depois que o roteiro foi mudado Scott falou o seguinte em entrevista ao Deadline: "No processo criativo, o projeto evoluiu para uma nova mitologia, um novo universo. O fã mais fiel vai reconhecer elementos do DNA de Alien, mas as ideias deste novo filme são novas, ambiciosas e provocativas. É o que eu estava procurando, para poder retornar a esse gênero que me é tão querido" . Bom o que nos resta é esperar por mais informações ou esperar a estréia prevista para 9 de março de 2012. Assim que houverem mais informações eu às postarei aqui, abraço.


Filmes que vimos essa semana que você deveria ver, ou NÃO!

Por: Lucas Sá, Luca Abreu e Airton Rener


Biutiful - 2010 (Nota 8,5)
Dir: Alejandro González Iñárritu
Alejandro faz sua melhor obra. Desta vez, assina roteiro e direção deste ótimo drama. Javier Bardem faz sua melhor atuação, não é à toa que ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes. Alejandro, em Biutiful, amenizou o intrelaçamento de histórias, mas não chega à excluí-la, só a utiliza de formas menos visível e direta. Há também um forte apego a cultura espírita do oriente, e é neste quesito que Alejandro se reinventa, misturando realidade com cenas envolvendo o "álem''. Passagens que dão uma tensão maior ao drama real e que lembram filmes B de terror japoneses.




Eu Matei Minha Mãe - 2009 ( Nota 7,0)
Dir: Xavier Dolan
Vi o filme pela segunda vez. Agora consigo entender as intenções de Xavier Dolan. Eu o via apenas como um garoto tentando se dar bem com as imagens esteticamente perfeitas, mas me enganei. Vi o filme tentando eliminar está modernidade persistente em seus filmes, e o que captei foi um ótimo drama familiar. A imagem de Dolan nos remete logo a juventude atual, e isto gera um certo receio ao que veremos ao longo da projeção. É esta certa "imagem" que Dolan tenta buscar que me incomoda, mas que no fundo é verdadeira. Ótimas atuações, e igualmente como Amores Imaginários, uma seletiva trilha sonora.



Fale com Ela - 2002
(Nota 9,0)
Dir: Pedro Almodóvar
Foi o primeiro filme que assisti do tão consagrado, Pedro Almodovar, e posso dizer que foi uma experiência incrível. Com um toque de erotismo e uma fotografia diferenciada, Fale com ela, apresenta uma proposta diferente dos filmes do mesmo gênero; mostrar o lado sensível e feminino do sexo masculino. Isso é demonstrado em algumas atitudes e na amizade de dois rapazes que se conhecem no hospital onde suas amadas coincidentemente, estão em coma. Enquanto um deles cuida e fala naturalmente com sua amada como se estivesse em sua total consciência, o outro não leva isso muito a sério, desacreditando na recuperação de sua mulher. Fale com ela não é um filme para ser contato, é para ser assistido e reassistido.

Salt - 2010 (Nota 4,0)
Dir: Phillip Noyce
De começo já dá para perceber que SALT não tem nenhuma proposta inovadora. Para começar o personagem principal seria Tom Cruise que, assim como Jackie Chan e Bruce Willis, são os atores mais usados e mais manjados em filmes do gênero. O papel principal acabou ficando com Angelina Jolie, que para se dizer uma "verdadeira" atriz, dispensou o uso de dublês nas cenas de ação. Nisso, até que ela se saiu bem, mas falando de expressões e movimentos, que é o fundamental para um ator, Angelina Jolie não se comporta de forma adequada (como sempre). Cenas como "pulando em cima de caminhões", "correndo no meio da multidão", "todos atirando contra um" estão em toda a parte, fazendo de Salt, uma "suruba" de vários clássicos do gênero. Salt é só mais um filme de ação.





Hanc
ock - 2008 (Nota 6,5)
Dir: Peter Berg
Putz, que filminho divertido! Assisti ele sem esperar muita coisa e no final das contas o Will Smith conseguiu salvar alguma coisa do longa. Will tem um talento inato para interpretar personagens decadentes ou desgraçados (literalmente).








A Ilha - 2005
(Nota 8,0)
Dir: Michael Bay
Ahh esse filme achei muito bom. Uma história legal com uma mensagem interessante no decorrer do filme. A Scarlett Johansson, creio eu, não foi uma escolha muito boa para esse filme... Às vezes parecia muito forçado. E ela é uma distração à mais para o incauto telespectador que acaba se desviando nas curvas...kkkkkk







Espelho do Medo - 2008
(Nota 7,0)
Dir: Alexandre Ala
Cara, esse filme tem umas sacadas muito boas. Mas Kiefer Sutherland no papel principal achei um exagero...deviam ter colocado ele como secundário, sei lá! Mas o filme diverte um pouco. SPOILER: O Sutherland's way of exorcism é muito doido, me senti jogando PS2 kkkkkk. O final do filme é muito bem sacado.