12 de julho de 2011

Cinema - Terra de Quilombo

Por: Rayssa Baldez

O documentário retrata a realidade dos moradores que habitavam terras quilombolas em Alcântara no Maranhão, onde foram retiradas 2000 famílias de suas localidades para instalação da Base de Foguetes em Alcântara.

Segundo a Convenção 169 da OIT, as pessoas que ocupam a longo período determinada terra têm direito de posse sobre a mesma. Apesar dessa designação, os quilombos não são vistos institucionalmente, visto que os direitos sociais básicos tais como: saúde, educação e saneamento básico não são assegurados.

Nesse sentido, por não serem “vistos” como sujeitos sociais, contribuiu para que fosse instituído um decreto consolidado pelo presidente Jose Sarney, em que as terras quilombolas fossem ocupadas para instalação da Base Espacial. Contudo, nesse decreto, só foi pensado o ponto de vista econômico e cientifico, não levando em conta toda a organização social; histórica e cultural que os habitantes dessas comunidades produziram e reproduziram há muitos anos.

Logo, como mecanismo de “assegurar” os quilombos, o governo transferiu essas famílias para as chamadas agrovilas, que são propriedades de pequena extensão e distantes da área litorânea de Alcântara. Dentro dessas agrovilas a infra-estrutura das casas é precária, e os habitantes não têm escritura das mesmas, e as famílias sobrevivem por meio de um campesinato parcelar, e estão privados de realizar suas atividades cotidianas, tendo como principal atividade econômica a extração e comercialização do carvão.

Portanto essas realocações de terras que fizeram o translado dessas famílias, não só as retiraram da terra, mas prejudicou suas trajetórias culturais( no filme muitas pessoas relatam que seus rituais religiosos não acontecem como ocorriam nas antigas localidades). Além de retirar o caráter simbólico e histórico que essas terras detém, fazendo e provocando uma descaracterização dessas comunidades.

Realização:
Fundação Cultural Palmares
Secretaria do Audiovisual
Videografia
Documentário
58 min. – 2002
Direção
Renato Barbieri
Roteiro
Victor Leonardi

Um comentário:

  1. Infelizmente é assim que funciona nesse Pais o interesse economico, vale mais que o bem estar a cultura e o respeito ao ser humano.

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