21 de janeiro de 2011

Cinema - O Turista

Por: Lucas Sá

Definitivamente o diretor alemão Florian Henckel von Donnersmarck não acertou em sua primeira estréia em solos hollywoodianos. O Turista, que tem como protagonistas dois dos atores mais cobiçados dos últimos dez anos, Jolie e Depp, não agrada na proposta inicial de ser um filme de suspense. Ah Não! Me enganei...Quis dizer um filme de comédia.

O Turista é mais uma entre muitas refilmagens mal sucedidas. Este em questão é um remake de um filme francês chamado, Anthony Zimmer - A Caçada. O que poderia ser um ótimo filme de suspense sobre perseguição, acaba se transpondo em algo que não se define em relação ao seu tom e ritmo. Toda a tensão policial que o longa propõe se dissolve por meio de inserções constantes de cenas engraçadinhas para entreter o público. Não sou contra ao uso desse tipo de artifício, mas desde que seja bem utilizado e de forma inteligente. Como bom exemplo do uso deste recurso, posso citar o ótimo Bastardos Inglórios. Tarantino em seu último filme soube usar o humor negro de maneira que não se sobressaise ao roteiro, gerando cenas de alto teor visual e de tensão. Logo ele o utiliza-o não como formar de sustentação da trama. O que acontece em O Turista é o oposto, o roteiro se pendura quase que caindo nesse humor fraco e fajuto, fazendo com que o espectador desvie a atenção a história mediocre e esqueça todos os defeitos e falhas.

Essa indecisão de gênero no filme é tão evidente que o filme recebeu indicação para " melhor filme Musical/Comédia " no Globo de Ouro de 2011 ( ué o filme não era de suspense? ), e óbivo que não ganhou. Claro que nesse termo o filme tem algumas sacadas interessantes, como o cigarro eletrônico com luz de LED que solta vapor de água ao invés de fumaça usado pelo protagonista, mas só. As cenas de ação não empolgam e não são nada inovadoras. Chega a ser risível Angelina Jolie pilotar uma lancha sob Veneza sem ser pega pelos " vilões " em um velocidade quase que de uma lesma parida.

Fui assisitir o filme esperando ver o que vi no filme anterior de Florian Henckel von Donnersmarck, A Vida Dos Outros. Florian Henckel com seu filme antecessor fez um ótimo drama e sobretudo um suspense verídico sobre o período da guerra fria. A Vida Dos Outros foi conquistando espaço a medida que se revelava em vários ( digo vários mesmo!) festivais internacionais, mas foi com o oscar de melhor filme estrangeiro que o nome de Florian Henckel ganhou mais atenção. O Turista é prova desse destaque adquiro sob o nome de Florian Henckel, mas devido ao autoritarios do capitalismo norte-americano o longa se mantêm deslocado e perde todo o charme e sutileza que se vê em A Vida Dos Outros.

Depp e Jolie foram escolhidos pelo simples fato de serem os melhores em suas especialidades. A de Depp, fazer gracinhas, e a de Jolie, a de ser a gostosona granfina sem expressão. Sendo assim, utilizados como objetos para atingir o fraco humor e sensualidade. Além disso, os dois se envolvem em um romance que juro que demorei pra perceber que eles estavam duvidosamente apaixonados. Tudo muito falso e sem profundidade de sentimentos. No quesito figurino, o filme acerta, as roupas que a personagem ( que nem lembro mais o nome) de Jolie usam, são a atração do elegantismo que o filme tenta buscar. Mas o fator motor deste elegantismo não é bem utilizada, que no caso é a própria geografia da bela cidade de Veneza.

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