Por: Lucas SáO jovem e comentado diretor Xavier Dolan está arrancado inúmeros prêmios em festivais internacionais. Com apenas 21 anos ele escreveu, produziu, dirigiu e protagonisou seus dois filmes, Eu Matei Minha Mãe e Amores Imaginários. Em ambos a modernidade e juventude aparecem com efervecência, fato este que dividiu a crítica a respeito de suas obras. Xavier foi descoberto e levado ao pedestal no festival de Cannes na mostra Quinzena dos Realizadores, com seu primeiro e infantil longa, Eu Matei Minha Mãe. Um ano depois, com 20 anos, Xavier faz seu novo e novamente moderno filme, Amores Imaginários.
Em Amores Imaginários o roteiro está centrado em um triângulo amoroso envolvendo Francis (Xavier Dolan), Nicolas (Niels Schneider) e Marie (Monia Chokri). Fancis e Marie são amigos íntimos que acabam se apaixonando pelo mesmo homem, Nicolas. Esse caso de amor proposto por Dolan ao longo do filme se torna bobo, os personangens não tem motivos sinceros e acaba ficando difícil levar esse suposto "amor" a sério. Muitos dizem que filme se encaixa em uma paródia ao amor juvenil, mas eu vejo isso como pretesto para explorar imagens e cenas, ou seja, o roteiro não importa (parcialmente, é claro), ele é usado mais para favorecer certas cenas. O que realmente é importante é a estética perfeita. O visual.
Dolan impõem ao filme uma estética meticulosamente cuidada e pensada, em uma fusão de anos 50 com o hoje. Essa é a época de Xavier Dolan, o hoje nostálgico. Esse cuidado primordioso com cada quadro, cada cor, deixam o filme falso em cada instante. Isso não é ruim para Amores Imaginários. Se caso está estética não estivesse presente, o filme seria mais um entre outros. O que salva Dolan é a imagem, as cores e sobretudo o figurino! Os 3 personagens centrais podem ser resumidos pelas roupas que vestem... Um vestido vintage azul, um vestido dos anos 50 salmão com um laço na cintura, uma luva com estampa de ossos, um óculos de coração semelhante ao usado no filme Lolita de Stanley Kubrick. Dolan torna Amores Imaginários um filme materialista ao extremo, que se apega mais ao objeto do que ao enredo.
Na intenção de porpor ao filme mais veracidade ao longo da exibição, Dolan opta em utilizar trechos de entrevistas documentadas sobre pessoas e seus relacionamentos amorosos desatrosos, mas acaba pecando na medida em que usa vários zooms propositalmente ,para dar a intenção de ser algo documentado, e assim o que era para parecer real se torna plástico novamente. Ou seja, ele assume novamente ser um diretor que se preocupa com o visual e tenta transforma isso em uma experiência para o espectador, mesmo que por vezes se torne saturado e duvidoso.
Essa experiência que se encontra em Amores Imaginários é sua melhor qualidade. A fusão de uma ótima trilha sonora + câmera lenta + movimentos corporais + roupas estilosas, tornam determinadas cenas hipnóticas com o seu poder viusal, mesmo que a maioria dos elementos dessas combinações sejam referências de outros filmes. Como a música Bang Bang de Dalila usada em Kill Bill do Tarantino, mas cantanda em inglês por Nancy Sinatra, ou a câmera lenta que nos remete imediatamente ao estilo de Wong Kar Wai. Nesse sentido, Dolan se aproxima de certo modo ao já citado diretor, Quentin Tarantino. Ambos, Dolan e Tarantino, utilizam referências em massa a outras obras.
Falando em trilha sonora, Dolan é muito inteligente nas suas escolhas. Utiliza músicas antigas como a famosa Bang Bang, e músicas atuais, como da banda Vive La Fête, que estão na trilha dos seus dois filmes. Mas o melhor uso da combinação som + imagem + câmera lenta( que não pode faltar, já que tudo no filme é motivo para usá-la) está na cena em que Marie foge do campo ao olhar Nicolas e Fancis se divertindo debiloidementes sem ela. Ela sai com sua mala e seus saltos vermelhos se arastando pela folhagem seca dos campos franceses, e é ai que a música , Keep The Streets Empty For Me, da banda Fever Ray começa. Uma cena marcante. A utilização dessa fórmula me faz lembra o filme Direito de Amar, de Tom Ford. Eles dois usufruem praticamente da mesma estética em cenas de maior apelo sentimental.
A atuação dos atores é baseada nos movimentos corporais, e melhor usada nas cenas em slow motion, que impõem o sentimento dos personagens. Um exemplo disso pode ser emcontrado na cena em que Francis e Marie vão se encontrar com Nicolas em uma lanchonete. Francis entra primeiro e joga um sorriso para Nicolas, em seguida Marie entra, Francis a olha e o seu sorriso se desmancha em algo sínico, demonstrando seu desprezo por Marie. A revelação maior do filme, está na atuação e na beleza da atriz que interpreta Marie, Monia Chokri. Sua personagem carrega a maior parte do humor negro refinado do filme, e também protagoniza a mais bela cena do longa, a que Marie foge pelo campo. Além do trio, se tem a participação do ator francês Louis Garrel na cena final, famoso por seu papel em Os Sonhadores, de Bernado Bertolucci. Aproveitando a intimidade, Xavier, já contratou Louis Garrel para seu novo filme, intitulado Laurence Anyways. (Correção: ele não vai mais participar).
Com Eu Matei Minha Mãe e Amores Imaginários, Xavier Dolan nos mostra que sabe fazer ótimas cenas, unindo os elementos da narrativa de forma singular, álem de um singelo humor negro. Mas o núcleo de seus roteiros partem sempre de algo premetaturo e infantil , e que tentam ao máximo parecer "cool", isso acaba gerando um certo receio e banalização sob suas obras, esse é o seu maior erro. O que falta para Xavier Dolan é apenas o amadurecimento.
eu adorei o filme. e não entendi muito bem se você gostou ou não do filme. ficou mei termo essa critica.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirGostaria de saber qual é a música que toca no aniverário de Nick quando ele dança com a mãe dele. Tem um eleito de luz strobo na cena.
Abç.
A música é da banda THE KNIFE, chamada PASS THIS ON. Se der olha o clipe da música, é muito bom!
ResponderExcluirQueria saber a música que ele escuta quando está voltando para casa depois da escola e encontra o apartamento que ele quer morar.
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