Por: Lucas Sá
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Traumas e surpresas, são palavras que definem dignamente o estilo misterioso e refinado de um dos cineastas mais admirados entre o meio cinematográfico, Alfred Hitchcock. Fato que se confirma plenamente com o seu maior sucesso de público e crítica de 1960, PSICOSE.
Rodado com um orçamento modesto - 800.000 dólares e faturando mais de 40 milhões em bilheteria - para os padrões do cinema norte-americano, Psicose conquistou grande espaço na história do cinema, não só pelo seu sucesso de bilheteria, mas pelo o conjunto da obra em si (roteiro, trilha, atores...). Hitchcock optou em filmar seu filme em preto e branco, pois além de permitir a diminuição de custos da produção fez com que também beneficia-se no tom de "desdobramento diabólico" que filme propõem, se assemelhando assim, com suas sombras e assassinatos nos corredores escuros das ruas, aos filmes NOIR, que é um "estilo" ou "áurea" que surge a partir da extensão da escola expressionista alemã dos anos 20. Outros afirmam que essa escolha do black/white no longa serviu para diminuir o apelo visual do vermelho nas cenas sanguinárias, pois Hitchcock as julgavam muito violentas para época. Outro aspecto tanto de importância técnica quanto de envolvimento emocional foi o uso de lentes de 55mm em câmeras de 35mm. Isso fez com a câmera imprimisse à película um artifício que chegava próximo a visão humana, aumentando o envolvimento emocional subjetivo e sensível do espectador para com a trama em exposição.
Sempre buscando a inovação, Hitchcock nos apresenta algo que nunca tinha sido visto em filmes da época, até então. Matar a protagonista nos primeiros vinte minutos de projeção. Esta cena em questão se torna um marco na forma inventiva do cinema, o seu grau de impacto e interferência, tanto na platéia como na montagem clássica, faz com que se torne uma cena-ícone nessa arte ainda prematura. Homenagens e até mesmo citações são vista de formas variadas em relação ao esfolamento carnal de Marion Crane (Janet Leigh) no banheiro , como na cena do assassinato da personagem Kate Miller (Angie Dickinson) em Dressed to Kill ( Vestida para Matar - 1980) de Brian de Palma, ou até mesmo na refilmagem/homenagem do filme em 1998 por Gus Van Sant, prestigiado diretor de Elefante e Paranoid Park. Com seus cortes rítmicos provocados por uma montagem frenética, Psicose, acaba influenciando não apenas o cinema ou os jovens cineastas, mas também a TV. São 78 cortes em apenas 45 segundos, essa acelerada sequência permitiu a TV se recriar em sua própria linguagem, tendo como melhor exemplo, o experimentalismo dos videoclipes musicais, que por vezes, se tornam esquizofrênicos em sua própria arte, na busca pelo dinamismo da imagem, que consequentemente provoca um estado de adrenalina ilusório no espectador.
Roberto Muggiati, do jornal Gazeta do Povo, afirmou sobre o sucesso da obra em um especial dos 60 anos do filme:
" O sucesso de Psicose deveu muito à estratégia promocional montada pelo próprio diretor. Mandou comprar todas as cópias existentes do livro de Robert Bloch. Seu lema era: O SEGREDO É A ALMA DO NEGÓCIO. (...) Todos os funcionários que participaram das filmagens tiveram que assinar uma promessa de sigilo absoluto. O público devia ignorar tudo sobre a história, particularmente o final. A imposição mais contestada de Hichcock às salas de cinema foi proibir que o público entrasse depois de iniciado o filme. Quando filas imensas se formaram já nos primeiros dias de exibição, os donos
de cinema não discutiram mais. "
de cinema não discutiram mais. "
Mas o sucesso do filme vai muito além dessas propostas de marketing. Os cenários e temas tão próximos de nós, espectadores, como banheiros e relacionamentos de mãe e filho faz com que nos aproximamos quase que por simbiose dos personagens e situações. Isto sem dúvidas é o fator primordial em Psicose. A identificação do público.
- Achei um jogo interativo muito bom sobre os 60 anos do filme. Se quiserem saber mais ou se entreter com esse "passeio" pelo Bates Hotel é só clicar AQUI e será direcionado para o jogo!
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Esse filme, realmente, é mto bom! Um clássico que todos deveriam assistir! Toda a atmosfera típica dos filmes do Hitchcock não nos deixa perder nenhum segundo do filme! Aquele jogo de sombras e a trilha sonora são espetaculares! Parabéns pela resenha!
ResponderExcluirDébora
Obrigado Débora!
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