Com o sucesso do "novo" e novamente novo cinema brasileiro, as produtoras nacionais estão apostando cada vez mais em agradar o público, na intenção de ganhar espectadores fiéis ao nosso cinema. O ano de 2010 foi marcado por vários sucessos de bilheteria, como Tropa de Elite 2 e Muita Calma Nessa Hora, isso fez com que os olhinhos de diretores e produtores brilhassem. Buscando mais um novo sucesso que já se consolidou, chega a hora do novo filme de Roberto Santucci, De Pernas Pro Ar, fazer mais alguns milhões.
O longa é uma típica história de uma mulher - Alice - superando seus medos, que descobre a sua liberdade sexual e social em um Sexshop. O roteiro é bem redondo, com situações e piadas já vistas antes em outros filme do gênero, mas o grande trunfo é a atuação de Ingrid Guimarães. Sua personagem cria de imediato um elo com o espectador pelos seus problemas, mesmo que esses por vezes sejam banais. Ingrid consegue fazer piadas batidas se tornarem engraçadas, mesmo sendo já conhecidaspelo público alvo. O que dizer da cena em que Alice usa uma calcinha que vibra quando toca música? De imediato lembramos do filme A Verdade Nua e Crua, mas isso não passa só de uma lembraça, pois a atuação e o timing cômico de Ingrid supera, e muito, esse vago pensamento de Katherine Heigl e sua calcinha vibradora.
Eu ri como nunca tinha rido antes. Foram risos sinceros. De Perna Pro Ar cumpre com sua proposta. Causar risos fáceis. A produção do filme é precária. A fotografia erra em várias cenas, especialmente em closes e cenas de maior orçamento, como nas da feira erótica. Ao meu ver, o baixo orçamentro foi positivo as intenções do longa, fez com que o espectador não levasse o filme a sério, o que tornou o riso algo sem pudor. A trilha sonora não poderia ser pior, com músicas óbvias e já usadas exaustivamente pelo gênero. Alice nunca teve um orgasmo, então vamos colocar que música quando ela ver vários vibradores de borracha? Qual? Hã? Nada mais, nada menos que Like a Virgen de Madonna, bem original né? Essas tosquices: fotografia péssima, roteiro repetitivo, trilha sonora óbiva, produção de baixo orçamento. Todo este conjunto fazem De Pernas Pro Ar, um TRASH de melhor qualidade, que encontra sua salvação em sua protagonista, Ingrid Guimarães!
Por outro lado, com o papel secundária de dona de Sexshop, Maria Paula faz uma espécie de paródia de si mesma, ou seja, atuando mal e com pinta de travesti. Ela ajuda no tom cômico do roteiro com sua atuação absurda, e me faz acreditar ainda mais que o filme caminha pelo TRASH. Já o maior erro do diretor Roberto Santucci, foi não ter dado mais espaço e piadas para o ótimo ator Bruno Garcia, que no longa não passa do marido da protaganista. Bruno já fez papéis hilários, como na ótima comédia de Jorge Furtado, Saneamento Básico - O Filme, atuando ao lado dos também talentosos Fernanda Torres e Wagner Moura.
Os roteristas, Paulo Cursino e Marcelo Saback, foram levando o enredo de forma que não se tornasse uma propaganda escrachada do feminismo. Sendo assim, as situações se tornam harmoniosas tanto para homens quanto para as mulheres. Mas a dupla peca em várias passagens, sendo as que mais irritam são as cenas de reconciliação e sentimentalismo do par romântico, esse erro atrapalha no ritmo do filme, que já é bastante bagunçado. Outra cena desastrosa é a dancinha de Ingrid e Maria Paula na feira erótica, foi uma tentativa falha de demonstrar a "liberdade" adquirida pela protagonista.
Roberto Santucci, que anteriormente havia feito longas com temáticas mais sérias e violentas, Bellini e a Esfinge, Alucinados e Sequestro Relâmpango, tenta algo mais ousado neste novo trabalho e acaba acertando. De pernas pro ar já levou mais de 1 milhão de pessoas aos cinemas, isso na sua primeira semana de estréia. Esse mérito vai principalmente ao elenco. Sobretudo, a Ingrid Guimarães, com sua primeira protagonista.
"Só no dedinho! Só no dedão!
Só no dedinho! Só no dedão!"
Só no dedinho! Só no dedão!"
realmente. o filme é ruinzinho, mas pelo menos me causou riso. Vocês estão de parabéns manos.
ResponderExcluir